Capitulo 19 - Eloá Castro

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— Nós temos que trocar de roupa, estamos encharcados — Eu o encarei enquanto dirigia. Ele deu um sorriso lindo

—Vamos pra minha casa. — ele me olhou por algum tempo

—Tudo bem

Não sei porquê mas eu fiquei nervosa de ir pra casa dele, desde o nosso beijo meu coração estava acelerado e não tinha parado até agora. Eu amava essa sensação. Não demorou muito e chegamos em um portão de grades pretas alto que se abriu assim que ele pressionou o controle, ele estacionou seu carro e então eu saí. 

Ele permaneceu sentado dentro do carro por algum tempo. Fui até a sua porta e abri, ele estava parado com a mão em sua perna apertando com força e com a cabeça encostada no volante.

Abri a porta imediatamente

—Ethan o que você tem — seus olhos estavam escuros e seu maxilar trincado

— Eu não quero que me veja assim Eloá, por favor — ele falou entre sussurros — Sai daqui

—Vem aqui, você não precisa ter vergonha de mim, a gente precisa tirar você daí.

— Eu não consigo, minha perna está travada — ele respirou fundo e jogou a cabeça pra trás encostando no banco, seu maxilar trincou ainda mais. —Eu preciso dos meus remédios, que dor insuportável— ele bateu com uma das mãos no volante

—Você forçou demais a perna dirigindo, não devia fazer isso e eu não vou te dar remédio nenhum!

—Eu pareço algum bebê que precisa que alguém controla os remédios, sério? 

—Cala a boca e vira pra cá — ele virou e colocou suas pernas pro lado de fora do carro. Coloquei a mão e sua perna que estava completamente rígida ele devia estar sentindo muita dor, seus músculos estavam tensos, massageei suas pernas até que seus músculos relaxassem e sua feição foi suavizando lentamente — Você não fez nenhum dos exercícios, fez?

— Não.

—Você é o pior paciente que eu já trabalhei, seu caso é fácil de se resolver mas parece que gosta de sentir dor

—Você não entende. —eu o encarei e me levantei

—Vem se apoia em mim, vou te ajudar a entrar — ele se apoiou em meus ombros e fomos pra dentro da sua casa — Onde é seu quarto?

— Aquela porta ali — ele apontou e fomos em direção a seu quarto até que pudesse colocá-lo sentado na cama.

—Eu vou embora

— O que houve Elô? — ele segurou minha mão antes que eu me afastasse, respirei fundo e voltei a encara-lo

—Eu acabei de perceber que eu não sei nada sobre você, toda vez que estamos juntos eu conto algo meu, não algo bobo, mas conto sobre meus medos, minha  vida, mas pra mim, você é um grande ponto de interrogação.

—Eu não sou bom com pessoas, me perdoa por isso — olhei pra baixo e esbocei um sorriso falso

Ele continuou calado me olhando daquele jeito com um brilho nos olhos e eu via que ele tinha algo dizer, mas não parecia saber como. Fiquei quieta e me ajoelhei novamente tocando seu joelho esticando devagar sua perna

—É assim que deve fazer, se fizer isso durante uma semana você consegue voltar a andar normalmente, vai doer por um tempo mas com o tempo vai melhorar

—Elô...

—Não toma seus remédios você está ficando viciados nele e eles vão atrasar sua recuperação

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