Capítulo 30 - Eloá Castro

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Caro leitor,esse capitulo contém cenas que podem ser gatilho, então se você é sensível ao tema de abuso sexual,por favor não prossiga.

Será que eu deveria morar com Theo?

Essa era a pergunta que me rondava, afinal o que podia dar errado? Hoje eu finalmente ia contar pra ele sobre Jonathan e eu peço a Deus que eu tenha coragem suficiente pra fazer isso.

Encarei meu reflexo no espelho, o vestido de seda em tom nude combinava com o reflexo dos meus olhos.

 Depois de algum tempo eu finalmente senti vontade de me arrumar, me sentir linda, só para poder ver o olhar maravilhado no rosto de Theo, o meu Theo. Um sorriso se formou em meus lábios, um sorriso que agora era automático só de ouvir seu nome, ou pensar nele, que sentimento bom. Eu estava tão ansiosa que me arrumei cedo demais, onde ele ia me levar? Como ele ia me olhar? Será que ele ia me levar pra dançar ou pra ver o mar? de qualquer forma eu tinha certeza que seria incrível. E no fim da noite encarar a verdade. Puxei todo ar possível fazendo com que meus pulmões se enchessem

você consegue Eloá

—Mamãe, você ta linda — Mari me encarou boquiaberta

—Obrigada meu bebe — dei um beijo na testa dela

—Eca mãe, eu já sou uma moça

—Tá bom minha mocinha, você vai ficar bem na casa da mãe da Sofia?

—Vou sim— ela correu no quarto e voltou correndo com globo de neve com uma menininha de rosa dentro dele —Mamãe olha o que o tio Theo me deu.

Peguei o globo de neve e o encarei, com um sorriso

—Que lindo filha, Você gostou?

—Eu amei mamãe, ele disse que se eu me sentir triste ou sozinha isso e pra lembrar que se eu precisar ele vai estar aqui comigo.

Eu a encarei e seus olhos estavam tristes e por algum momento me pareceram vazios

—O que houve amor? —Me agachei e a encarei deslizando meus dedos pelos seus cabelos ondulados

—Nada mamãe — ela abaixou a cabeça

—Pode falar senhorita Palacius, eu te conheço se não falar vou te atacar com cócegas!!!

Eu agarrei e puxei pra mim apertando a sua barriga, sua risada ecoou por todo quarto, ela começou a rir descontroladamente

—Eu me rendo mamãe eu me rendo

Ela levantou as mãos e eu vi lágrimas nos seus olhos de tanto que ela riu

—acho bom — me sentei na beirada da cama e a puxei pro meu colo— Agora me conta porque está tristonha ?

—Meu papai disse que ia vir me ver e não veio

Ela abaixou o globo de neve e o colocou na cama, eu abracei colocando em meu ombro e acariciei seus cabelos sentindo seu cheiro de shampoo de lavanda.

—Sinto muito por isso, minha princesa

—Mãe, porque o papai não veio me ver?

Os olhinhos azuis dela estavam marejados, ela gostava do Theo, mas a verdade é que ninguém substitui nosso pai. Eu não tinha a resposta pra essa pergunta do porque o Jonathan era tão relapso com ela. Pra ele, Mari era apenas uma obrigação, ele a tratava bem quando lhe convinha, apenas dessa forma.

A Mari sempre foi uma menina muito carinhosa, mas de uns tempos pra cá, se tornou fechada e triste. Desde que o meu casamento com o Jonathan começou a dar errado ela percebia, sempre percebeu através das nossas brigas, e das coisas que falávamos um pro outro.

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