Capitulo 4 - Eloá Castro

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12 anos mais tarde

Cheguei em casa e Jonathan estava bebendo como sempre, eu não saberia dizer qual garrafa, mas pela cara dele devia estar mais ou menos na quarta.

—Até que enfim você chegou — ele disse com a voz arrastada quase que impossível de entender

—Eu estava fazendo o que você deveria fazer, indo buscar nossa filha na escola

— E cadê a minha bonequinha?

—Está na casa da sua irmã.

—Ué, eu quero ver minha bonequinha — ele se levantou e cambaleou eu respirei fundo e revirei os olhos

—Você deveria parar de encher a cara todo dia, e talvez sua filha não ficasse com medo do pai dela. — fui em direção a pia que estava cheia de louças como sempre

—Você que põe a Marina contra mim!

 Soltei a panela na pia e o encarei

—Eu não preciso fazer isso, ela vê que você é um babaca com os próprios olhos! Eu não aguento mais você!

—Você só sabe reclamar Eloá, quando era mais nova, era mais feliz.

—Claro, ninguém gosta de viver com um babaca que te trai em cada esquina

—Eu já te pedi desculpas Elô, vem aqui! 

—Não me chama de Elô, você não pode me chamar assim! — ele revirou os olhos e chegou perto de mim

—Essa droga desse fantasma de novo! —Meus olhos o fuzilaram no mesmo instante—Me desculpa Eloá eu vou melhorar — senti o bafo de álcool bem no meu rosto

—Não, você não vai ! — eu o empurrei e ele deu dois passos pra trás — eu cansei da gente! cansei das suas desculpas

—Eu que cansei de você sua vadia ! Você não pode me largar, você não tem nada! EU QUE TE SUSTENTO!

— Eu não estou nem aí, não vou te aturar só pra ter um teto, eu dou meu jeito

—Não se esquece que você tem uma filha e não é fácil assim

—Eu sei, e é por ela que eu estou fazendo isso, eu aluguei um apartamento e eu vou sair de casa

—Vai pagar com o que, se prostituindo?

—Mas é um otário mesmo! Eu juntei umas economias, e a propósito eu tenho um diploma, eu vou arrumar um trabalho!

—Você não vai conseguir, as vezes que trabalhou sempre saiu do emprego, o máximo que durou foi naquela clínica que ganhava uma merreca, mal dava pra comprar seus cremes de cabelo, agora você quer sustentar uma criança e pagar um aluguel — ele gargalhou

— Não duvide de mim,  eu não quero ficar mais perto de você e nem ouse chegar perto da Mari, enquanto você não parar de beber, ela não merece isso. Cansei!

—Boa sorte Eloá, vaza então! — arregalei os olhos e o encarei Fui até o quarto pegar umas roupas e Jonathan foi me seguindo —Você não vai pegar nada!

—O que?

—É isso, você não vai pegar nada, você não tem nada, essa casa é minha, as roupas fui eu que comprei então você não vai levar nenhuma delas! Nem as da Mari, você não tem nada aqui e se quiser algo vai ter que continuar debaixo do MEU TETO!

Meus olhos se encheram de lágrimas, eu estava com ódio, muito ódio. Eu até entendia ele fazer isso comigo, mas deixar a filha dele sem nada?

—Seu Teto? — gargalhei — Isso tudo é dinheiro da sua família, isso é muito fácil, mas tudo bem — peguei minha bolsa e me dirigi até a porta

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