O dia na empresa seguiu como todas as sextas feiras: agitado. Maiara, Maraisa e Marilia estavam na sala de reuniões, discutindo questões burocráticas momentos antes de finalizarem o expediente.
— Então, acho que é isso. — Maraisa demonstrava certa pressa ao observar seu relógio de pulso. — Podemos encerrar e ir embora? — Questionou para a irmã e, em seguida fitou Marilia.
— Creio que sim! — Maiara intercalou o olhar entre as mulheres. — Só preciso discutir mais um ponto com Maiara e organizar essa papelada aqui.
— Bem, então, se me dão licença, vou me retirar. Não poderei esperá-la, Mai. — Maraisa recolheu seus pertences, dedicando um olhar desconfiado para a irmã.
— Não se preocupe, metade, eu realmente entendo seus motivos. — Sorriu, travessa, piscando para Maraisa, que respondeu com um revirar de olhos.
— Até amanhã, Maiara. — A mulher logo se virou para Marilia. — E para você, te vejo às nove em ponto, Mendonça.
— Até já, Maraisa! — Marilia responde, sem conseguir esconder o imenso sorriso. Seu olhar acompanhou Maraisa deixar a sala. Marilia recostou na cadeira suspirando, por um momento se perdeu no mundo paralelo entre ela e Pereira, ao retorna sua atenção para a ruiva a encontra lhe encarando fixamente. — O que tanto me olha, Maiara?
— A sua cara de boba apaixonada, babando na minha irmã e na bunda dela quando ela saiu — Falou em tom sério, apertando seus grandes olhos azuis na tentativa de intimidar a loira.
— É o quê? — Marilia, constrangida, se ajeitou na cadeira e tropeçou nas próximas palavras. — Eu, Maiara eu não...
— Calma, Marilia! — Maiara gargalhou. — Eu só estava brincando. Você precisava ver sua cara de espanto.
— Sua brincadeira não tem graça, Maiara. — Marilia revirou os olhos. — Diga o que precisa de mim, pois, como viu tenho compromisso.
— Está bem, só preciso que assine esses projetos aqui. — Passou os papéis para a loira, que prontamente os assinou.
— Feito! Então, estou liberada? — Perguntou ansiosa, assim que os devolveu para a ruiva.
— Marilia, antes que saia, eu gostaria de te dizer uma coisa...
— Devo me preparar para a próxima piada? — A loira comentou, com ar de deboche, mas mudou sua postura ao perceber pela feição de Maiara que ela falava sério. — Tudo bem, Mai, estou ouvindo.
— Marilia, eu preciso dizer que estou muito feliz por você e Maraisa. É tão bom ver minha irmã sorrindo e, em parte, você é a responsável por esse bom humor. — A ruiva declarou, sincera. — Eu quero que saiba que vocês têm meu total apoio.
— Eu adoro sua irmã, Maiara. Acho que foi paixão à primeira encarada. — Abriu um belo sorriso. Era bom ouvir as palavras de Maiara, lhe passava mais confiança. — E fico feliz de saber, que isso, que estamos começando, é de seu agrado.
— Maraisa passou muito tempo sem alguém. E você conseguiu o quase impossível: amolecer o coração de pedra de Maraisa Pereira. Então, eu só posso ficar imensamente contente, por ver a minha irmã feliz, Marilia.
— Eu quero tentar fazer Maraisa feliz, Maiara. Tenha certeza de que farei o que estiver ao meu alcance. — Mendonça não tinha medo de externar seus sentimentos — Maiara, pode ser cedo, mas o que sinto por ela é diferente de tudo que eu já vivi. É intenso e ao mesmo tempo me faz sentir leve. Eu não tenho receio de dizer que estou apaixonada por Maraisa e pretendo fazer de tudo para que isso funcione.
— Pelos deuses, eu já estou enjoada com tanta melação. — Maiara brincou após ouvir as doces palavras de Marilia e as duas gargalharam, no entanto o olhar da ruiva para Marilia era de admiração. Nessa pequena conversa com Marilia teve a certeza de que a arquiteta era tudo que Maraisa precisava. — Marilia, você não é só uma profissional incrível, como também é uma mulher maravilhosa, eu estou certa de que tudo vai dar certo. — Maiara sorriu, mais uma vez passando segurança para a loira. — Agora que eu já banquei a irmã superprotetora, você já pode ir, ou se atrasará para seu compromisso. Não quero ser vítima dos ataques da minha irmã por te segurar além do horário.
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Quando Você Me Olha nos Olhos
FanfictionA dor sentida não pode ser mudada, mas a forma como externar esse sentir, essa se pode decidir. Tais decisões designam o futuro, porém, é bom lembrar : toda decisão vem com uma consequência, seja boa ou não. Maraisa Pereira, engenheira Civil e dona...