Entre amigas

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– Então, Maiara é sua ex namorada? – Luísa entrega um dos copos de bebida para Gustavo e senta-se em uma das poltronas, situadas na sala do apartamento do homem.

– Quase ex noiva. – Gustavo dá um sorriso sem graça para a prima. – Ela literalmente correu do meu pedido de casamento.

– Nossa, isso é ... – Dá um gole em sua bebida. – Complicado.

– Na verdade, é frustrante. – Confessa. – Eu construí planos em minha mente, mas esqueci de perguntar se Maiara compartilhava dos mesmos. Mas, então, quando eu percebi que não olhávamos na mesma direção, doeu. – Diz pesaroso.

– Eu entendo. – Luísa toca a mão de Gustavo. – E você ainda a ama? – Pergunta receosa.

– Pensei que com a distância, superaria mais fácil, ledo engano. Foi só ver Maiara outra vez, para descobrir que ainda sou apaixonado por ela. – Encara a prima – É uma mulher incrível, alegre, às vezes louca, mas isso é uma das características mais encantadoras nela. – O homem ri, sendo acompanhado pela escritora.

– Eu percebi isso quando a conheci, a história do cruzeiro que te contei no carro, mas jamais imaginei que a ruiva louca, a cunhada de Marilia e sua ex, fossem a mesma pessoa. – Suspirou. – O destino é mesmo surpreendente.

– Sim, ele é... – Gustavo, um tanto confuso pelo comentário da prima, concorda. – Bem, querida prima, me desculpe, mas vou me retirar. – Bebe o ultimo gole de seu drink, colocando o copo sobre a mesa de centro. – Foram muitas emoções para um só dia. – Beija o rosto da prima. – Boa noite!

– Boa noite, primo! – Lhe dedica com sorriso, enquanto acompanha Gustavo sumir pelo corredor. Recosta a cabeça no encosto da poltrona e fecha os olhos. – Maiara Pereira, por que teve que cruzar meu caminho novamente? – Puxa o ar e solta devagar. – E em circunstância tão íngreme. – Luísa se levantou e se dirigiu para seu quarto.

***

Maiara acordou cedo naquele domingo, não conseguiu dormir direito, o encontro inusitado com Gustavo a deixou pensativa, desconfortável, ainda mais após descobrir que ele é primo de Luísa. Levantou, colocou o robe por cima da camisola e deixou seu apartamento. Pegou o elevador e desceu para o apartamento de Maraisa, tocou a campainha uma, duas e quando fez menção de tocar a terceira vez, a porta foi aberta por Marilia, que vestia um dos pijamas de Maraisa.

– Bom dia, cunhada! – Maiara adentra o local. – Interrompi alguma coisa? – Seu tom era carregado de malícia.

– Bom dia, Maiara! – Marilia fecha a porta. – Não interrompeu nada. Estava ajudando Maraisa na cozinha.

– Ótimo! Estou faminta! – Confessa. – Vim mesmo tomar café com vocês.

As duas seguem para a cozinha, onde Maraisa preparava algumas panquecas.

– Ah, panquecas, eu amo suas panquecas! – Maiara se senta na bancada sorrindo, recebendo um olhar incrédulo da morena.

– Sabe que eu nem imaginei que fosse você, Maiara. – Ironiza e coloca as panquecas em um prato. Marilia pega mais um prato e serve uma caneca de chocolate quente para a ruiva.

– Devia acordar de melhor humor, metade. – Rebate e se vira para a loira. – Marilia, você não está dando conta não? – Pergunta.

– Minha loira está fazendo muito bem o serviço, irmãzinha. – Encontra o olhar da loira e sorri. Marilia pega mais um prato e uma caneca de chocolate quente e coloca na frente da ruiva.

– Então, cunhadinha, recuperada da surpreendente noite de ontem? – Marilia senta-se ao lado de Maiara.

– Está brincando? – Oscila o olhar entre a loira e a morena. – Eu queria desaparecer quando vi Gustavo, desde que terminamos, não o tinha visto novamente. – Respira, tomando um gole de seu chocolate.

Quando Você Me Olha nos OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora