Sim, amigas íntimas.

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Peças de roupas espalhadas pela cabine, os corpos entrelaçados, completamente nus, adormecidos sobre o macio colchão, a claridade que adentrava pela escotilha, denotava que o dia havia amanhecido. Maiara despertou, ainda sonolenta, sentindo o peso do corpo da escritora que dormia envolvida em seus braços. O sorriso é inevitável ao relembrar da esplendida noite que tiveram. Cerrou os olhos e como num flashback sentiu as emoções e sensações que Luísa a fez sentir; desde o instante em que a ruiva se insinuou despindo-se para a escritora, até momento em que Luísa a tomou por completo com seus lábios, desbravando seu corpo com toques leves e ao mesmo tempo tão intensos. As sensações, nunca antes experimentadas, ou pelo menos, não com tamanha intensidade, pareciam retornar nesse instante, lhe provocando arrepios e aquele famigerado frio na barriga se deu quando sua mente voltou ao momento que suas intimidades se tocaram, quando elas se entregaram, não só ao deleite do prazer, mas a emoção sublime do ato divino que é fazer amor. Sim, Maiara sentiu todas as sensações possíveis e inimagináveis: prazer, tesão com as palavras desferidas ao ouvido, carinho e, por fim, a intensa explosão orgásmica; a satisfação colossal que só um toque de amor poderia proporcionar. Todos os receios que Maiara poderia sentir há alguns dias se dissiparam na noite anterior, quando ela e Sonza se amaram sem reservas.

– Bom dia! – A voz de Sonza soa, tirando Maiara de seus devaneios, demonstrando que havia despertado.

– Bom dia, Lu adormecida! – Responde com um encantador sorriso.

– Faz tempo que acordou?

– Não muito. – Maiara responde, acariciando a face da escritora. – Você é incrível, em todos os sentidos, sabia? – Maiara comenta, mordendo o lábio de maneira maliciosa.

– Maiara Pereira, você tem o dom de me deixar sem jeito. – Luísa responde, corando.

– E os seus dons, eu nem preciso comentar. – Maiara diz, rindo. – Já que você me fez sentir todos eles da forma mais maravilhosa possível. Essa noite você me fez sentir única, Luísa.

– Você é única para mim, Maiara. – Sonza suspira e se declara, arrancando um sorriso extraordinário da ruiva. – A única a quem quero amar.

– O sentimento é totalmente reciproco, minha menina do livro. – Maiara revela, e Luísa ri.

– Sabe o que meu ser está dizendo agora? – A escritora questiona e Maiara acena a cabeça negativamente. – Que eu estou faminta. Precisamos comer algo.

– Eu adoraria comer algo. – O tom malicioso de Maiara denuncia suas intenções.

– Maiara Pereira, você é mesmo inacreditável. – Luísa ri, erguendo seu corpo e levantando-se da cama. – Me acompanha em um banho? – Luísa estende a mão para a ruiva.

– Com todo prazer do mundo. – Maiara responde, pegando a mão da namorada, em seguida dirigem-se para o banheiro.

***

Maraisa preparava sua especialidade para o almoço de domingo. Marilia havia lhe dito que estava com vontade de comer lasanha. Como de costume, Maraisa não podia negar qualquer vontade de Mendonça.

Depois de montar o prato, o colocou no forno. Marília havia saído para buscar a sobremesa; sorvete de pistache, o favorito de Maraisa. A morena lavava a louça que sujara preparando o almoço, quando foi interrompida pelo toque da campainha. Caminhou em direção a porta com o pensamento de que Marilia havia esquecido de levar a chave, balançou a cabeça negativamente com um sorriso no rosto, sorriso esse que se desfez quando ela abriu a porta e constatou que não era a doce figura da namorada do outro lado.

– Boa tarde, Maraisa! – Almira cumprimenta.

– O que faz aqui, Almira? – Maraisa diz, de maneira ríspida.

Quando Você Me Olha nos OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora