Paris, França – Quinta-feira
Por conta do fuso horário e um atraso inesperado no embarque, Marilia e Maraisa desembarcaram no aeroporto Charles Gaulle, em Paris, quase dez da manhã. Estavam exaustas.
Além de passar por algumas turbulências, Marilia não pregara os olhos durante o voo, seus pensamentos estavam agitados pelos acontecimentos anteriores a viagem e pelos que poderiam acontecer durante.
Maraisa muito menos conseguiu relaxar, ficar plantada no aeroporto, certamente havia lhe deixado um tanto irritada, mas o real motivo do incomodo da morena se devia ao comportamento de Marilia nos últimos dois dias. Mesmo que a loira tentasse disfarçar, a sentia inquieta, distante e misteriosa. Por diversas vezes, tentou puxar assunto, mas Marilia parecia absorta durante as conversas. Algo lhe ressoava errado, por mais que a loira lhe dissesse que estava tudo bem.
Chegaram ao hotel meia hora depois que o motorista disponibilizado para elas as pegou no aeroporto. Sem demora, fizeram o check in e foram guiadas para um dos apartamentos mais luxuosos do hotel, a "suíte diplomatique". De sua sacada, era possível contemplar a linda vista da Torre Eiffel. O ambiente – composto por sala ampla, dois quartos, banheiro com hidromassagem –, promovia todo o aconchego para que seus hóspedes se sentissem em casa.
Entraram no local juntamente com um dos funcionários, responsável por carregar suas bagagens. Marilia rodeou o ambiente com o olhar e ficou boquiaberta com a suntuosidade e glamour que o lugar apresentava. Enquanto a loira admirava todo aquele requinte, Maraisa agradeceu ao funcionário lhe dando a tradicional gorjeta, fechando a porta assim que se despediu.
— Então, o que achou? — Maraisa caminhou para ficar ao lado de Marilia.
— Maravilhoso! Essa suíte é do tamanho do meu apartamento, Maraisa. Isso, se não for maior. — Marilia pontuou, fazendo a morena rir do comentário.
— Sim, é realmente bem amplo! — Maraisa envolveu seus braços no pescoço de Marilia. — Dois dormitórios, mas um deles vai ficar vazio, pois quero você na minha cama, senhorita Mendonça.
— Eu não pretendia estar em outro lugar, minha linda! — Depositou um beijinho suave em seus lábios.
— Ainda temos algumas horas até nossa reunião com Gold, quer fazer alguma coisa?
— Bem, se você não se incomoda eu penso que podíamos descansar um pouco. — Marilia sugeriu, franzindo o cenho, mil coisas passavam em sua mente naquele momento, mas nenhuma delas poderia ser compartilhada com Maraisa, não ainda.
— Não me incomodo. O que me incomoda é essa sua carinha preocupada — Maraisa procura o olhar de Marilia. — O que aconteceu, Mendonça?
— Não é nada, amor. — Marilia desviou o olhar por um instante, e fixou em um ponto qualquer, antes de completar: — Creio que só cansaço mesmo.
— Marilia, eu aprendi a conhecer você, sei que algo não está bem quando você não me olha nos olhos. Eu não vou insistir, mas eu quero que tenha a convicção de que pode me falar qualquer coisa, ok? — A morena passou os dedos pela face da loira, que lhe abriu um meio sorriso.
— Tudo que eu quero agora é poder me aconchegar em seus braços e descansar, mas antes um banho não seria ruim. — Marilia falou, enquanto apertava Regina em um forte abraço.
— Vem, vou te ajudar a relaxar! — Maraisa pegou a destra da loira e caminharam para o quarto principal.
Nova York, Nova York
Maiara se debruçava em meio às análises de balanços financeiros. Tentava se concentrar, mas sua mente voava para outros momentos. Como, por exemplo, seu desconforto com Luiza após o desastroso fim de semana no navio. Jamais poderia imaginar que a advogada ficaria tão irritada a ponto de mal lhe dirigir a palavra. Ela também ficou chateada, apesar da noção de ter pegado pesado, não daria o braço a torcer, não agora.
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Quando Você Me Olha nos Olhos
FanfictionA dor sentida não pode ser mudada, mas a forma como externar esse sentir, essa se pode decidir. Tais decisões designam o futuro, porém, é bom lembrar : toda decisão vem com uma consequência, seja boa ou não. Maraisa Pereira, engenheira Civil e dona...