Eu precisava sentir você

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Domingou com capítulo novo!!! Boa leitura, beijinhos. 🤍


Marilia levantou-se cedo naquela manhã de segunda-feira. Apesar de ser feriado, não conseguiu permanecer muito tempo na cama. Então, decidiu fazer um passeio matinal no central Park. A loira era adepta a corridas pela manhã quando morava em Boston, mas desde que se mudara para Nova York, o tempo não colaborou para isso, porém, naquela manhã de temperatura agradável, Mendonça deixou as cobertas e a maciez da cama de lado, colocou uma roupa apropriada e foi praticar uma das atividades que mais gostava, na procura de amenizar a ansiedade.

Se exercitou por mais ou menos duas horas. Mais relaxada, voltou para casa e tomou um banho rápido. Pegou as chaves do carro e depois se dirigiu ao supermercado, precisava comprar alguns itens para reabastecer a despensa. Sem muito se demorar, comprando apenas o que se fazia necessário para a semana.

Chegou no estacionamento de seu prédio, pegou as sacolas e subiu pelo elevador de serviço, que a levou até o 13° andar. Com certa dificuldade, por conta das sacolas, colocou e girou a chave abrindo a porta, Marilia deu dois passos para dentro quando ouviu seu nome soar em uma voz conhecida.

— Senhorita Mendonça...

Marilia congelou, ao mesmo tempo, um arrepio subiu por sua espinha.

Depois de ficar naquela posição por um determinado tempo, de costas para a figura que estava na porta, virou-se de maneira lenta, talvez com medo de que tudo fosse fruto de sua imaginação.

— Maraisa... — Suspirou, se certificando de que era real, sua chefe estava ali, diante dela.

As mulheres se entreolhavam intensamente. A confusão ainda se fazia presente na mente da loira. Marilia tinha entrado em um leve estado de transe, que foi despertado pela mulher morena, estagnada na porta.

— Não vai me convidar para entrar, senhorita Mendonça?

— Ah, me desculpe. Entre, por favor! — Marilia pareceu voltar a si, ou quase. A morena adentrou o espaço, sob o olhar atento da loira. — É, Maraisa me espere um minuto. Fique à vontade. Volto em um instante.

Após Maraisa acenar positivamente, a loira rumou para a cozinha atordoada. Colocou as compras sobre e mesa. Apoiou as mãos na quina da pia.  Ainda incrédula com a situação, inspirou e expirou profundamente, no intuito de tomar coragem para voltar à sala e encarar Maraisa. Uma questão não saía de sua cabeça: por que a morena viera procurá-la? Pensou e repensou, e só tinha um jeito de descobrir, que era perguntando a ela.

De volta ao ambiente em que deixara a morena minutos atrás, se deparou com a mulher segurando um de seus porta-retratos. Franziu o cenho, quando ia falar algo, a engenheira se adiantou:

— São seus pais e você? — Perguntou, levantando o rosto para encarar os olhos verdes da loira. Maraisa pôde perceber que Mendonça estava confusa.

— São sim — Marilia confirmou séria, porém sua voz saiu amena.

— Vocês formavam uma linda família. E você era um lindo bebê. — Maraisa esboçou um meio sorriso e voltou a admirar àquela fotografia.

— Obrigada! — Ao mesmo tempo em que Marilia estava feliz em vê-la, a presença de Maraisa a intrigava e a perturbava. Ela nunca havia estado ali. Como conseguiu saber onde morava e entrar sem ser anunciada? Afinal o que era tão urgente que não poderia esperar até o dia seguinte?

— O seu apartamento é aconchegante, acolhedor, delicado, assim como você.  — A morena tentava puxar assunto. Tornar o clima mais leve, podia até não parecer, mas ela estava nervosa.

— Maraisa, o que veio fazer aqui? — Marilia parou de tentar adivinhar e perguntou diretamente — Acho que não foi para ver fotos e nem checar a decoração do meu apartamento.

Quando Você Me Olha nos OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora