Maraisa emaranhou seus dedos pelos fios loiros de Marilia, enquanto a loira apertava sua cintura como se quisesse fundir seus corpos. Estavam absortas naquele beijo que reverberava volúpia, que era um tentador convite a invadir outros territórios.A entrega dada em lábios — resultando no aumento significativo da temperatura —, anunciava o desejo por mais toques, mais intimidade, mais entrega. O calor transbordando pela pele denunciava que todo o corpo se rendia. Nessa atmosfera agradável, onde os sentimentos estavam se libertando, Marilia guiou Maraisa até o sofá maior sem descolar suas bocas, sentando-as para, seguidamente, projetar seu corpo sobre o da morena, que recostou a cabeça no braço do móvel.
Para Marilia, sentir o sabor de Maraisa era muito melhor que em seus sonhos, muito melhor do que ela poderia imaginar. Era real. Ela estava ali, degustando aqueles lábios macios e quentes, enquanto suas mãos divagavam pelo corpo vibrante da morena, num manear suave e delirante, fazendo sua pele arrepiar só por estar tocando Maraisa.
Os toques de Marilia — que oscilavam entre suaves e indóceis —, faziam a morena deleitar-se. Há tempos ela não sentia esse calor que queimava o peito, percorria seu ventre e estacionava entre suas pernas. Marilia havia acabado de despertar os desejos de Maraisa, prova disso foi um abafado gemido escapando de seus lábios durante aquele ardente e mágico beijo. Sim, a morena poderia esquecer o mundo e se perder nos braços da outra mulher. Porém, apesar de estar completamente envolta pela forma intensa que Marilia lhe ansiava, um resquício de sanidade fez Pereira voltar à realidade.
— Marilia... — Sussurrou, tentando se desvencilhando dos lábios da loira. —Precisamos parar...
— Não precisamos, Maraisa. — Mendonça beijava o pescoço da morena. — Seu cheiro é tão bom, sua pele tão macia. — Sussurrou ao pé do ouvido, provocando mais arrepios na morena.
Os beijos eram quentes. Maraisa também a desejava, mas não se sentia preparada para aquela entrega. Não daquele jeito. Teve que ser forte para dar o próximo passo. E em meio a um suspiro, mais uma vez, cortou a loira.
— Mendonça, não faz assim... — Respirou fundo, ergueu-se de forma delicada, levando consigo o corpo da loira —Por favor, precisamos conversar.
Marilia se afastou, ficando do lado da mulher, agora estavam sentadas uma de frente para a outra.
— Marilia... eu, nós. — Arrumou, os cabelos, visivelmente nervosa. — Só acho que estamos indo rápido demais.
A loira se achega e toca sua mão acariciando, a morena segue seus movimentos com o olhar, logo desviando para Marilia mais uma vez, que lhe encarava com um sorriso estonteante.
— Você é encantadora, Maraisa Pereira. — Se desmanchou, fascinada pela mulher diante de seus olhos. Marilia ainda estava incrédula. Como alguém que vive um sonho e não quer acordar — E tem um beijo que, minha nossa... com certeza uma das maravilhas do mundo. — Maraisa não se contém e lhe sorri.
— Mendonça... pare de falar bobagens — A engenheira abaixou o olhar. Um leve rubor tomou suas bochechas.
— Você está com vergonha, senhorita Pereira? Não acredito que deixei Maraisa Pereira ruborizada. — Disse se aproximando e tomando o rosto da morena com as mãos lhe dando um selinho. Maraisa achou a atitude tão graciosa. — Fica mais linda ainda!
— Eu não estou ruborizada Mendonça, você que está falando demais... — A morena disse, em um meio sorriso, antes de desviar o olhar e mirar para a mesa. Pronto, era a desculpa que ela precisava para despistar. — Na verdade, estou com fome. Você não?
— Sim, eu estou, mas de algo específico. — Marilia respondeu, tirar os olhos de Maraisa.
— Então, vamos ver o que aquelas loucas deixaram, se é algo comestível? — Maraisa mudou de assunto, se dirigindo à cozinha, mas não conseguiu esconder o sorriso pelo comentário bobo da loira, pena que Mendonça não pode ver, pois estava logo atrás da mulher.
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Quando Você Me Olha nos Olhos
FanfictionA dor sentida não pode ser mudada, mas a forma como externar esse sentir, essa se pode decidir. Tais decisões designam o futuro, porém, é bom lembrar : toda decisão vem com uma consequência, seja boa ou não. Maraisa Pereira, engenheira Civil e dona...