One-shot 51

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"Não era pra você saber desse jeito, mas é verdade, meu bem. Nós vamos conversar sobre isso."

Foi a mensagem da Meryl quando questionei sobre a notícia que minha irmã me mandou. Já era tarde da noite e eu estava em estado de completo surto. Eu pensei em imediatamente perguntar o porquê dela não ter me dito nada, mas se ela disse que conversaríamos sobre isso, decidi esperar. Esperar em estado de completo surto, mas decidi esperar. Pensei na possibilidade dela não ter me contado nada porque provavelmente ainda estava pensando em reatar tudo com o Don. Eu estava sem acreditar ainda, quando que eu ia imaginar uma coisa dessas? Nunquinha na vida da Molly! Eu sequer soube o que responder para a minha irmã, deixei ela no vácuo até saber mais sobre essa história, depois eu me explicaria. Depois da mensagem que a Meryl me enviou dizendo que conversaríamos, eu não respondi, aguardei ela dar o próximo passo, não demorou muito para meu celular tocar com uma ligação dela. Eu pisquei, essa conversa seria por telefone? Eu precisava de mais que isso. Respirei fundo antes de atender.

"Meryl." falei já quase tendo um passamento. E do jeito que ela me conhecia, ela provavelmente iria perceber.

"Senti daqui o nervosismo na sua voz apenas com uma palavra." ela falou. "Respira, meu bem." ela falou com doçura.

Eu fiz exatamente isso e soltei o ar que eu prendia mesmo sem saber, até minha pequena eu respirou fundo também. "Nós teremos essa conversa pelo telefone?"

"Não, pensei em irmos naquele parque próximo ao seu apartamento." ela falou.

Eu pisquei e franzi o cenho. "Em um local público? Você não acha arriscado? E se alguém nos ver?"

"Se alguém nos ver, verá duas pessoas conversando." ela disse. Eu ainda achava muito arriscado. "Eu me distraio muito fácil quando estou sozinha com você, meu bem, e essa conversa é séria, preciso que seja no parque, há alguns locais discretos no parque."

O fato dela dizer que não queria que a gente conversasse no apartamento porque perdia o controle comigo teria me causado arrepios se eu não estivesse um poço de nervosismo com essa história toda. "Ok, te vejo no parque então."

"Te vejo amanhã, tente se acalmar, tente dormir, meu bem." ela disse.

"Eu vou tentar." mas duvidava que iria conseguir.

"Um beijo." ela disse antes de desligar.

Eu tinha certeza de que não iria conseguir dormir. Tirei alguns cochilos mas quando acordava, o primeiro pensamento que vinha na cabeça era aquela notícia e a mensagem da Meryl dizendo que era verdade. Um milhão de perguntas vindo na minha mente. Será que ela e o Don haviam brigado? Será que ele sabe de mim? Por que a Meryl não me contou? Será que ele a confrontou e gritou com ela? O que os filhos dela estavam achando disso tudo? Por que a Meryl não me contou? Foi ela que decidiu contar? Qual foi o real motivo dessa separação? Por que a Meryl não me contou? Separação é diferente de divórcio, será que eles iriam voltar a ficar juntos? Será que eu tinha a ver com essa decisão? Seria presunção minha achar que sim? Por que diabos a Meryl não me contou??! Eu iria enlouquecer antes da manhã chegar, a minha pequena eu já estava revirando os olhos para mim. Logo de manhãzinha, eu não consegui nem tomar café, recebi uma mensagem da Meryl dizendo que estava indo me encontrar. Eu esperei e esperei até ela me informar que estava perto para sair de casa e ir até ao parque, decidi levar minha pequena Lou comigo para passear e também porque ela tem o poder de me acalmar, nós que somos cadelinhas nos entendemos. Quando cheguei ao parque, a Meryl ainda não havia chegado, e para meu alívio, não havia muita gente ali. Fui me sentar em um dos bancos de concreto onde havia sombra, e estava praticamente vazio, e mais uma vez, foi a minha pequena Lou que anunciou a chegada da Meryl, ela sempre fica animada quando vê a Meryl. Não demorou muito para a Meryl se aproximar de mim, ela carregava dois copos de café nas mãos, e olhou nos meus olhos, eu olhei nos dela, a gente não disse nada inicialmente, ela parecia um tanto nervosa mas não tanto quanto eu. Entregou um dos cafés para mim e tocou em minha mão.

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