One-shot 31

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nota da autora: peço perdão pela demora em atualizar, escrever tem sido uma verdadeira luta ultimamente mas continuo tentando, aí está o capítulo bobo que pensei, espero que gostem :)


"Não é bom ficar sem se alimentar direito e trabalhar excessivamente." uma médica muito linda me disse. "Eu me surpreendo que seu corpo só tenha reclamado agora." ela continuou e eu apenas engoli em seco com a bronca. Sim, eu estava em um hospital. Eu desmaiei na portaria do meu prédio e dessa vez não foi por ver uma rainha linda no tapete vermelho. A verdade é que quando acordei, eu já estava no hospital, não fazia ideia de como havia chegado ali e pelo que a médica me explicou eu estava quase desenvolvendo uma anemia profunda. "Bom, você já está medicada e vai precisar ficar um tempo aqui em observação por conta do desmaio, eu vou te receitar os remédios, e você precisa se alimentar melhor, ok?" a médica continuou com um jeito maternal e eu apenas concordei, não era só ela que estava me condenando com os olhos, olhos muito lindos, por sinal, a minha pequena eu também estava me condenando. "O seu porteiro foi quem pediu ajuda, você não quer ligar pra ninguém?"

Eu fiz que não. Não iria incomodar a Meryl com isso de forma alguma. Minha família estava longe, eu poderia ligar para a Sarah mas também não queria incomodá-la e logo eu sairia dali. "Não, não quero ligar pra ninguém."

Ela me observou durante um tempo, pareceu perceber algo no meu olhar, se aproximou e acariciou meu braço. "Descansa um pouco. Eu vou ver outros pacientes e volto mais tarde, ok?" ela disse com doçura agora, deve ter percebido minha tristeza.

"Obrigada, doutora Anne." eu falei com a pouca força que eu tinha, ela sorriu, um sorriso que me lembrava a Meryl, na verdade, ela toda me lembrava a Meryl mas deveria ser loucura da minha cabeça, como sempre. Ela saiu e eu fiquei sozinha com meus pensamentos, e a minha pequena eu, é claro. Em momentos como esse é que a minha solidão fica evidente. Eu realmente não estava cuidando de mim, trabalhando demais, me alimentando pouco, com saudades da Meryl e da minha família, mas não me sentindo no direito de cobrar a presença de ninguém. Então fui vivendo no automático até chegar onde cheguei, não estou orgulhosa das minhas ações, que fique claro. Fechei os olhos pra tentar dormir um pouco mas ouvi uma batida leve na porta e quase gelei quando vi quem era.

Era ela. Sim, a Meryl me olhando com uma expressão preocupadíssima no rosto, ela não falou nada, só entrou e me abraçou, acariciou meus cabelos, beijou minha testa, colocou a mão no meu rosto e ficou me olhando com a preocupação nítida nos olhos. Ainda bem que eu já estava em uma cama de hospital, pois eu estava morrendo com todas aquelas ações.

Eu segurei a mão dela e a beijei. "Eu estou bem." falei.

"Não, você não está." ela contestou. "Você quase me matou de preocupação, meu bem."

"Como você soube?" eu realmente estava curiosa.

"Já faz algum tempo que eu deixei meu telefone com o seu porteiro e pedi pra ele me avisar caso houvesse algum problema." ela falou e meu coração quase explodiu, que mulher linda, que anjo na minha vida. "Quando ele me ligou, ele não sabia explicar muito bem o que houve, eu fiquei mais que preocupada."

"Eu estou bem." eu repeti, tentando convencê-la. "Foi bobagem."

"Bobagem, Molly? Você quase desenvolveu uma anemia profunda!" ela falou. "Encontrei a médica no corredor." ela explicou. "Por que você não está se cuidando, hmm? Fala pra mim." ela disse ao acariciar meus cabelos, a preocupação ainda estava lá.

Eu suspirei. Não sabia explicar. "Eu não sei." falei a verdade.

Ela segurou em meu queixo e me fez olhar para aquele rosto lindo que ela tinha. "Você não se acha importante o suficiente e não vê necessidade de cuidar de si mesma?" ela perguntou. "Meu bem, você é tão importante pra mim, se algo te acontecesse.. " ela fechou os olhos e quando os abriu vi que eles estavam emocionados.

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