Capítulo 16

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Último Capítulo

Eu não deveria ter te contado isso, mas foi só por saber que você era apenas um diário que eu resolvi contar. Já fazem 5 anos desde que saí da casa da Meryl. 5 anos, dá pra acreditar? A minha vida mudou é claro, continuo trabalhando na galeria, já fiz uma pequena exposição dentro de uma exposição maior, o que não foi lá grande coisa, mas me deixou muito satisfeita. Mas a verdade é que até hoje, tudo o que ocorreu naqueles dias na casa da Meryl está vivinho na minha memória, e quando eu não me lembro, a minha pequena eu que já não está mais tão pequena assim, trata de me lembrar.

Eu nunca me esqueci de como foi o meu último dia na casa da Meryl, depois daquela despedida particular que eu tive com a ela, aquela no banco balanço, houve ainda outra despedida que envolveu todos da família. Dá pra acreditar que eles fizeram um bolo pra mim? Pois é, eles fizeram um e era cor grená! Eu ri demais quando vi aquilo, foi muito criativo da parte deles. Nunca fizeram algo assim por mim, também eu nunca precisei me despedir de ninguém, só do meu pai, quando ele deu seu último suspiro, mas de certa forma, eu não precisei me despedir, pois ele está sempre comigo, sempre.

Eu ganhei presentes de todos, até uma coleção de novas tintas eu ganhei do Don. Tudo bem, eu confesso, me senti mal por receber um presente dele depois de tudo o que aconteceu entre eu e a Meryl, mas ele nunca falou nada, nunca soltou nenhuma indireta, continuou sempre com aquele sorrisinho, provavelmente ele não sabia de nada, assim espero. Depois de me despedir de todos na casa, a Meryl e a Kori me acompanharam até o lugar onde eu passaria a morar. Não era nada requintado nem luxuoso, é claro, até porque eu pagaria por aquilo, mas em comparação com o meu antigo apart, aquilo era magnífico, e ainda eram só algumas quadras até a galeria onde eu iria trabalhar. A Meryl, que fez questão de ver se eu estava bem instalada, e disse que também ia me levar na galeria pra ver como era o meu novo trabalho, ficou olhando em todos os cantos meu novo apart pra ver se havia alguma coisa errada que pudesse me deixar desconfortável.

“Você acha que vai ficar confortável aqui?” Meryl perguntou, sem olhar pra mim, pois estava checando mais uma vez se a tranca da janela funcionava bem. Chegava a ser fofa a preocupação da Meryl. Eu olhei pra Kori, sorri e revirei os olhos, e ela estava rindo disfarçadamente. E aí a Meryl se virou pra mim, ainda esperando a minha resposta.

“Mais que confortável, Meryl. Não se preocupe.” Eu respondi, tentando parecer tranquila, quando na verdade o que eu queria ter dito era que eu não me sentia nada confortável de ter que ficar longe dela, mas quem era eu pra dizer uma coisa dessa?

Depois que deixamos minhas coisas lá no apart, era hora de irmos para a galeria, eu ainda não trabalharia naquele dia, mas era só pra conhecer e saber o que eu faria. Incrível! A galeria era absolutamente incrível, nesse dia em que fui estava tendo uma exposição de Frida Kahlo, sempre adorei o trabalho dela. Mas a parte mais legal foi que o próprio Michael Korris estava lá, ele, juntamente com outras pessoas que trabalhavam na galeria, vieram cumprimentar a Meryl com entusiasmo, e logo logo começou todo um frenesi porque a Meryl Streep estava lá, foi juntando gente e juntando gente, e eu me via sendo empurrada pra trás, me afastando da Meryl cada vez mais, até que senti que uma mão segurou no meu braço e me puxou de volta para o centro daquela roda de gente, era a Meryl que estava me puxando.

“Michael...” a Meryl começou, colocando a mão na minha cintura, coisa que eu já a vi fazendo com as filhas em alguns eventos. “Essa é a Molly. Tenho certeza de que você não vai se decepcionar em contratá-la.” Ela continuou.

“Prazer Molly! Se a Meryl tá dizendo, eu não tenho dúvidas de que nos daremos bem.” Falou Michael, bastante simpático. E eu não consegui responder logo de imediato, porque eu ainda estava em êxtase com a mão da Meryl em minha cintura.

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