Entre nós

One-shot 77

nota da autora: oi pessoas, nesse capítulo eu me atrevi a escrever um poema, e isso é algo que tenho quase nenhuma experiência, desde já peço desculpas pelo atrevimento kkkkk de qualquer forma, espero que gostem. bju, obrigada pela leitura sempre!

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Dessa vez eu estava um verdadeiro poço de nervosismo. Sim, acho que foi o dia que eu mais fiquei nervosa na minha vida, se eu disse isso quando fui conversar com a minha mãe pela primeira vez depois de anos sem nos vermos, cancela, se eu disse isso quando fui conhecer meus irmãos ou jantar pela primeira vez com os filhos da Meryl, eu retiro as minhas palavras, dessa vez sim foi o dia em que fiquei mais nervosa. E o nervosismo já começou na noite anterior, quando a Meryl me disse que a família dela quase toda estava vindo passar o final de semana na casa dela em LA, eu não estou falando apenas dos filhos e netos, estou falando também de irmãos, sobrinhos, cunhadas, cachorros e papagaios, ela disse que quase todos estariam presentes e que ela fazia questão da minha presença também. Eu nem podia dar a desculpa de que estaria trabalhando pois eu estava de folga, então apenas concordei, me tremendo toda por dentro, cheguei até a perder o sono. E o motivo de eu ter perdido o sono era bem simples. Meryl não me falou nada mas eu tinha quase certeza de que ela não foi tão clara sobre quem eu era na vida dela para todos os familiares, ela foi honesta com os filhos, mas não com todos da família, apenas tinha dito que a separação se deu por desgaste na relação. Eu também tinha quase certeza de que ela tinha a intenção de ser honesta com eles naquele final de semana e isso me deixou prestes a ter um passamento. Fiquei ali na cama, sem conseguir dormir, sentindo o calor do corpo da Meryl atrás de mim, a respiração dela na minha nuca, o braço dela em minha cintura, tentei ficar o mais quieta possível para não despertá-la enquanto minha mente fervilhava.

"Posso ouvir as engrenagens que estão se movendo na sua mente agora." ouvi a Meryl dizendo de repente. "Tirei seu sono, não foi?" ela falou com a voz doce e sua mão acariciou minha cintura.

"Estou nervosa." eu confessei.

"Meu bem, você não precisa fazer nada que não queira, eu vou saber receber um "não" seu, espero que você saiba disso." ela disse ainda acariciando minha cintura.

"Não é que eu não queira." eu suspirei. "Posso fazer uma pergunta?"

"Sempre."

"Eles sabem da nossa relação?"

"Apenas o Harry." ela disse, o que pra mim foi uma grande surpresa. "Fui honesta com ele quando ele me acompanhou na viagem para a Espanha, ele é meu irmão, me conhece, percebeu que eu estava escondendo alguma coisa."

"E ele recebeu bem?"

"O seu medo é que a minha família bata em você, não é? Isso não vai acontecer, meu bem." Ela deu uma leve risada.

Eu suspirei. "É só que eles são importantes pra você."

"É a minha família."

"Exatamente." soltei outro suspiro nervoso.

"Você também é." ela deu um beijo no meu ombro. "Não foi isso que você me disse uma vez? Que me via como família?" ela falou. E sim, eu de fato já havia falado isso pra ela. Não aguentei ouví-la falando aquelas doces palavras e me virei para ficar de frente para ela. Dei um selinho e ela logo correspondeu com outro. Segurei a mão dela e fiquei olhando o que conseguia ver do rosto dela no escuro daquele quarto. Ela brincou com o anel na minha mão. "Eu não estou buscando a aprovação ou permissão deles, meu bem, apenas quero ser honesta."

"Isso pode estragar o final de semana." falei, era uma possibilidade.

"Que seja, ainda assim serei honesta." ela disse com firmeza e eu pisquei.