Capítulo 10

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A Meryl já tinha saído. Eu já tinha feito tudo o que a Meryl me pediu pra fazer e depois fiquei olhando os livros que ela possuía no escritório, era uma forma que eu tinha de saber mais sobre ela, descobrir a Mary por trás da Meryl, ela tinha bom gosto. Depois resolvi ir para a casa de hóspedes, com certeza, ficar na casa da Meryl só me fazia pensar besteira. Cara, espera... eu estou na casa da Meryl, quando é que eu ia imaginar que ia estaria na casa da Meryl? Nunquinha na vida da Molly! Eu confesso que estou tentada a ir no quarto da dela, tocar na cama dela, ver as roupas delas e cheirá-las, estou louquinha pra fazer isso, mas nem morta, daqui a pouco a Meryl aparece e me flagra fazendo besteira outra vez e aí sim, eu serei expulsa daqui e com razão.

Já era de noite, não muito tarde, nem muito cedo, mas tendo em vista que eu não tinha dormido nadinha na noite passada, eu já estava cansada, então resolvi me deitar e realmente descansar essa noite. Mas antes que o sono me derrubasse, ouvi o barulho de um carro, era a Meryl chegando, depois disso só ouvi silêncio e deixei o sono me levar. Dessa vez eu nem precisava pensar na mulher de cabelo esquisito falando sobre a membrana plasmática, o sono já estava me derrubando.

“Foi bom pra você, Molly?” eu acordei ouvindo a Meryl na porta do quarto da casa de hóspedes. Eu não podia vê-la claramente, apenas a sua silhueta. Eu deveria estar sonhando, só podia ser. E o que ela queria dizer com ‘foi bom pra você, Molly’?

“Foi bom pra você... me veeer fazendo sexo com meu marido?” Ela continuou. O QUE?! Ai meu Deus, ela se lembra, preciso de um buraco pra eu enterrar minha cabeça agora mesmo. Ela me odeia, vai me expulsar daqui, ai meu Deus... pequena eu, me ajuda, o que eu falo? E então eu vi a Meryl se aproximando da minha cama, ai droga, não Meryl... você, eu e uma cama entre nós, isso não vai acabar bem. Mas as coisas ficaram piores, porque a Meryl simplesmente estava subindo na minha cama, engatinhando em minha direção e só quando ela estava em cima do meu colo, suas duas pernas em volta das minhas pernas, foi que eu pude perceber o hálito de embriaguez, só aí eu pude olhar nos olhos dela e ver as suas pupilas dilatadas, ela parecia um pouco delirante, mas seus olhos não se desviavam dos meus... e eu não conseguia respirar, eu não conseguia falar, eu não conseguia me mover, como eu me moveria com ela estando ali no meu colo? Será que eu queria me mover? Comecei a sentir as faíscas entre as minhas pernas outra vez, a excitação vindo, mesmo sabendo que ela ia me expulsar da casa dela em poucos segundos. Ela se aproximou, sua boca apenas alguns centímetros longe da minha.

“Você ficou excitada... ao me ver chegaando ao orgasmo?” ela perguntou, e eu não conseguia responder, eu nem sabia onde tava a minha voz, e aqueles lábios ali tão pertos dos meus, eu tava sentindo uma urgência em beijá-la, eu precisava beijá-la... ‘Molly, se controle, ela está bêbada.’ Ok, estou tentando me controlar, pequena eu, não é fácil... eu olhei pra o que ela estava vestindo e meu Deus do céu, ela estava usando uma camisola de seda de cor azul que abraçava o corpo dela como uma segunda pele e fazia a cor dos olhos dela acentuar ainda mais.

“Me respondeee, Mo... Molly.” Ela falou colocando a mão no meu queixo. Ai meu Deus, como eu posso falar com ela aqui me matando desse jeito? E... oh meu Deus, oh meu Deus! Eu fecho meus olhos. “Eu acho... que vou ter que... descobrir sozinha.” Foi o que ela disse antes de mover a mão que estava no meu queixo, a deslizando pelo meu pescoço, levemente passando sobre os meus seios, que já estavam respondendo em excitação, depois descendo pela minha barriga, chegando na minha área pélvica, se eu já estava sem conseguir respirar, quando os dedos dela tocaram a minha feminilidade, eu já não existia mais, eu mordi o meu lábio inferior pra suprimir o qualquer gemido que pudesse sair.

“Ooh, você estava... excitada assim quando me viu ontem?” ela perguntou, enquanto movia os dedos na minha parte mais sensível, e juntando isso com a voz dela nos meus ouvidos, não era difícil imaginar que eu estava me excitando ainda mais, se é que isso era possível. Ela ainda esperava uma resposta, eu abri meus olhos. E o que era aquele olhar carregado de luxúria? E aquele sorrisinho que ela carregava nos lábios? Tudo no rosto da Meryl dizia luxúria, dizia sensualidade. A Meryl estava realmente querendo fazer sexo comigo? Ou ela estava simplesmente querendo me torturar? Sim, porque isso era uma tortura, uma tortura muito sexy, mas ainda assim, uma tortura. Eu apenas concordei com a cabeça, mentindo, porque eu estava ainda mais excitada naquele momento do que quando a bisbilhotei com Don. E então o sorriso dela ficou ainda maior, e eu a vi parando o movimento dos seus dedos, mordi o meu lábio outra vez, pra não deixar transparecer a minha frustração. Mas as coisas ficaram piores porque ela simplesmente pegou a minha mão e... Colocou. A. Minha. Mão. No. Sexo. Dela. Oh meu Deus, e ela estava excitada. Não, eu deveria estar delirando. Quem era eu pra fazer a Meryl se sentir excitada? E então, com a mão dela sobre a minha, ela começou a mexer os meus dedos em um movimento que parecia lhe dar prazer, pois agora ela estava fechando os olhos. Eu fechei os meus olhos também, movendo meus dedos e sentindo-a na parte mais sensível, isso era uma delícia... mas também era... era muito errado. Eu parei. Eu não podia fazer isso, a Meryl estava bêbada, eu estava sóbria, isso era muito errado. Ela abriu os olhos e a frustração estava escrita na cara dela.

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