| Ponto de vista da Meryl |
Eu fechei a porta da minha casa, encostei nela e suspirei profundo. Molly havia acabado de sair, eu havia acabado de entregar a ela aquele diário bobo mas completamente íntimo e mais uma vez, eu havia perdido o controle, como sempre acontecia quando estávamos sozinhas. Eu me sinto um ser humano horrível por não conseguir me controlar, porque eu sei que não posso oferecer a ela o que ela quer, mas quando ela me olha com aqueles olhos e diz que não vai exigir nada, que eu não preciso me culpar, eu não consigo resistir. Não consigo resistir porque ela me vem como uma brisa doce, depois me enlouquece como uma ventania e vai embora me deixando leve, sem pressões. Eu não consigo não sorrir. Subi para o escritório outra vez pois precisava ler o diário dela. Estava mais do que curiosa, precisava saber como funcionava aquela mente atrevida, e como eu estava sozinha, eu achei que era o melhor momento.
"Era para ser mais uma manhã normal, sempre com meus dentes escovados e meu estômago vazio, à procura de um trabalho qualquer que pudesse ao menos me ajudar a pagar o aluguel do meu pequeno “apart”, não, aquilo não deveria ser chamado de “apart”, era apenas um espaço que me protegia da chuva, com pouquíssimos móveis, afinal eu só precisava daquele lugar pra dormir mesmo. Então, eu estava à procura de um trabalho, tinha visto um anúncio no jornal de que precisavam de “limpadores para eventos”, eu nem sabia que isso existia, mas quem era eu pra exigir algo melhor? Quando cheguei lá, a moça de cabelo esquisito imediatamente me contratou. Como assim? Quem é o ser humano que em sã consciência contrata uma pessoa sem nem ao menos conhecê-la? Hello, eu poderia ser uma assassina ou uma terrorista doida pra cometer um crime e ainda assim você me contrata? Certas pessoas, eu não sei não. Mas quem era eu pra exigir algo? Eu estava com fome e esse trabalho seria só por um dia."
Sempre imaginei que a vida da Molly não fosse fácil, mas o que me surpreende é ela não perceber a força que ela tem. Eu percebo que ela sempre se diminui mas nem faz ideia do quão especial ela é. Ela é especial e eu percebi no primeiro instante que ela me olhou.
"Enquanto eu estava abaixada pegando algumas das folhas, alguém se esbarrou em mim, se esbarrou não, praticamente caiu por cima de mim. Caramba, eu sou tão invisível assim? A verdade é que quando me levantei e me virei, não sabia que eu ia ter uma visão, aquilo só podia ser miragem, a fome já tinha subido ao cérebro, porque ela estava ali na minha frente, sorrindo um sorriso de quem se sentia culpada por ter se esbarrado em mim. “Oh Deus, me desculpe, eu tava olhando para os fotógrafos e não te vi, perdão.” Ela me falou. Eu não consegui falar, eu não deveria falar, eu só falaria se eu quisesse a moça de cabelo esquisito me matando. De repente, tudo começou a rodar e a escurecer. O quê? Já tava ficando de noite e eu ainda não tinha almoçado? “Ei, você tá se sentindo bem?” Eu ouvi aquela bela mulher falar comigo outra vez. Eu deveria dizer que sim, mas agora já tava tudo escuro e eu não tinha mais forças."
Eu realmente fiquei um poço de preocupação ao vê-la desmaiando na minha frente, ela me parecia tão sozinha e fraca. Eu não podia simplesmente deixá-la ali, era preciso fazer algo, nem que fosse dar alguma coisa para ela comer. Ela tinha praticamente a idade de uma das minhas filhas e meu lado maternal me fez agir. O que eu não sabia era que quando ela despertasse do desmaio, eu veria algo mais em seu olhar.
“Você não precisa fazer isso, Meryl. Eu não quero te atrapalhar. Você pode voltar a espalhar seu brilho por esse evento.” O que? Eu só podia estar maluca, agora a ‘minha pequena eu’ estava sambando sobre mim e dizendo pra deixar de ser idiota, eu na verdade não dava a mínima para esse evento, queria mesmo era que ela ficasse ali o dia inteiro comigo, mas quem era eu pra exigir algo?
“Espalhar meu brilho? Eu vejo que você é uma fã então, tão novinha ainda. Não se preocupe, eu já disse que meu discurso não é agora. E... você não vai me dizer o seu nome mesmo?” Ela me perguntou, era engraçado como ela conversava comigo como um ser humano normal enquanto eu ficava feito uma idiota, admirando cada palavra que ela emitia, e aquela junção de cores que os olhos dela tinham? e o jeito como ela se sentava? como aquelas belas pernas se cruzavam? Droga Meryl, você tinha que vestir saia logo hoje? Ei, calma aí, que fique bem claro, eu sou hetero, mas essa mulher me faz coisas que eu não sei explicar."
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Entre nós
FanfictionO que fazer quando você tem a inesquecível oportunidade de conhecer a sua atriz preferida? E quando você vive com ela algo que só vocês duas sabem? Você grita isso para os quatro cantos ou guarda para si? Molly Madison passou por isso e ela decidiu...