Capítulo 7

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Na volta pra casa, eu estava no segundo carro, agora sem o Roy, e a minha mente estava um turbilhão de pensamentos, será que a Meryl tava agarrando o Don no outro carro? Claro que não, as meninas estavam lá com eles. Mas ela tava bêbada, talvez não o suficiente pra agarrar o marido na frente das filhas, mas tendo em vista o que eu presenciei na mesa, eu não duvido muito. Ai, eu daria tudo pra ser uma mosquinha agora, uma mosquinha usando um cachecol grená. O carro da Meryl e do Don estava na frente, assim que chegaram ao portão, eu vi um dos seguranças falar com Don, pelo visto, alguma coisa tinha acontecido. Quando todos saíram do carro, eu claro, já ia seguir para ‘Estou a dois passos da Meryl Streep, não sei se vou voltar’ ou melhor conhecida como casa de hóspedes, até que ouvi alguém me chamar.

“Moooolly!” Eu ouvi a Meryl dizer, praticamente cantando. “Você... você dorme... comigo hoje.” Ela continuou com seu tom embriagado. O que?! Hã? Espera, para o mundo! Eu durmo com você hoje? Como assim? Tipo, na sua cama, Meryl?

“O que?” Eu verbalizei a minha dúvida, com certeza a Meryl não ia me chamar pra dormir com ela na frente do marido, na verdade, ela não ia me chamar pra dormir com ela nem se estivéssemos só nós duas sozinhas, na verdade, eu não tenho intenções de ‘dormir’ com a Meryl, se é que você me entende. Mas quando ouvi esse ‘você dorme comigo hoje’, eu confesso que senti um arrepio que veio de lá do meu dedinho do pé.

“O que é ela quer dizer, Molly, é que houve um problema com a energia da casa de hóspedes, você vai ter que dormir na casa principal.” Don me explicou. O que?! Hã? Eu vou ter que dormir na casa principal? Isso. É. Um. Sonho. Mas espera, porque eu tenho que dormir na casa principal se eu...

“Eu não preciso de energia pra dormir.” Eu só tinha o costume de ler um pouco antes de dormir, mas isso eu poderia deixar de lado por hoje, e também era um dia caloroso pra eu dormir sem ventilação, mas isso poderia ser resolvido com o abrir de uma janela, então não havia necessidade... “Não se preocupem, posso dormir na casa de hóspedes sem problemas.” Eu falei, ainda que não quisesse dizer isso mesmo.

“Não... você está se recuperando. Vamoos, você... dorme no quarto do Henry... oops, no quaarto da Mamie.” Meryl falou rindo, ainda no seu tom embriagado. Como pode isso, gente? Até bêbada ela é adorável.

Ok, então aqui estou no quarto da Mamie, que pelo visto, não veio pra casa junto com os outros. E estou a exatamente duas portas do quarto de uma embriagada e excitada Meryl e do seu marido, o qual eu tenho certeza que vai fazer de tudo pra agradar a mulher. Agora eu definitivamente daria tudo pra ser uma mosquinha, mas não de cachecol grená, porque assim a Meryl me reconheceria, mas o que será que tava acontecendo naquele quarto? ‘O que você acha que tá acontecendo naquele quarto, Molly? Eles são casados, pelo amor de Deus.’  A minha pequena eu falou, sempre querendo me mostrar o quão boba eu sou. De repente, flashes da Meryl e Don se beijando na cozinha veio na minha mente outra vez, e então veio flashes da Meryl levemente mordendo o lábio inferior dele. Atrevida. Nunca vou me esquecer dessa palavra, se a Meryl era atrevida assim em um beijo, eu não quero nem imaginar como ela deve ser em outras coisas. Ai, mentira, eu quero imaginar sim. ‘Molly, você pode parar de pensar besteira e ir dormir?’ lá vem minha pequena eu outra vez, eu simplesmente a ignoro, eu já sei que não vou conseguir dormir hoje, não estando aqui tão perto da Meryl. Será que a Meryl é silenciosa quando tá... Hmm, deve ser, porque eu não tô ouvindo nada, seja lá o que for que eles estão fazendo, devem ser bastante cuidadosos.. meus pensamentos foram interrompidos por um barulho, não, não foi um gemido, o barulho de uma porta abrindo e alguém andando no corredor, deve ser o Don, talvez a Meryl tenha desmaiado de sono na cama, tem gente que desmaia quando fica bêbada, certo? Eu não sei, nunca bebi. Ok, agora os passos voltaram pro quarto. Será que o Don foi pegar alguma coisa pra apimentar a noite? ‘Molly, vai dormir!’ minha pequena eu ordena e eu a ignoro outra vez.

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