Capítulo 4

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Resolvi entrar pela porta da cozinha, se eu já tava super envergonhada em usar as roupas da Mamie, que por sinal ficaram muito boas em mim, com toda modéstia, ‘minha pequena eu’ aprovou, imagine se eu resolvesse entrar pela porta da frente, que vergonha seria, e não tinha nem lógica.

Pensando que encontraria umas das empregadas na cozinha, me enganei completamente, lá estava Meryl e eu tive uma visão. A ‘minha pequena eu’ estranhamente ficou envergonhada e se escondeu atrás do sofá, enquanto eu fiquei apenas olhando. Ela estava abaixada abrindo o forno pra checar o que ela tava cozinhando, e digamos que a blusa dela tinha um certo decote, então você pode imaginar qual era visão que eu estava tendo. Um sutiã preto que fazia um belo contraste com a aquela pele alva. Oh. Meu. Deus. Para de olhar agora, Molly! Ela vai notar a sua presença logo logo e vai ver pra onde você tá olhando, e você vai pagar o maior mico, para de olhar Molly! O que é que tá acontecendo com você, Molly?

“Ah sim, então você é a famosa Molly!” Falou uma voz masculina, assustando tanto a mim quanto a Meryl que ainda não tinha me visto. Era Don que tinha acabado de entrar na cozinha, ai meu Deus, será que ele percebeu pra onde eu tava olhando? Agora ele vai achar que eu sou uma assassina ou terrorista louca pra cometer um crime e que ainda quer roubar a mulher dele. Mas qual é? Ele pode me culpar por contemplar aquela beleza? Não mesmo, então estou absolvida! Vai, fala alguma coisa, Molly!

“Famosa eu? Não não, não sou eu que tenho 3 oscar no meu escritório.” Ai, sua tonta, que atrevimento é esse? Bastava dizer um ‘oi’ e tava tudo certo. Don levantou as sobrancelhas em surpresa, enquanto a Meryl só fez gargalhar.

“Uuuuu, ela é atrevida, eu gosto disso.” Disse Meryl entre risos.

“Eu concordo.” Falou Don, agora sorrindo. Espera, concorda com o que? Que eu sou atrevida ou que gosta disso? “Atrevimento é algo que faz parte dessa família, a rainha está bem aqui. Eu gosto disso.” Disse ele apontando pra Meryl com um sorrisinho malicioso. Mmmm, então quer dizer que o Sr. Gummer não é tão quietinho como eu imaginava.

Agora Meryl estava olhando pra ele também com um sorrisinho malicioso.

“É claro que você gosta, você não costuma reclamar do meu atrevimento quando...” e aí a mão dela deslizou pelo peito dele. Oh. Meu. Deus. Lá estava eu segurando vela, alguém me socorre, cadê meu cachecol? Por favor, não deem asas à minha imaginação e parem com isso agora, faz alguma coisa Molly!

“Hmmm Hmmm!” Eu coceira a garganta disfarçadamente pra fazer aqueles dois pararam com a cena de amor explícito.

“Oh... desculpe...” Meryl falou, ficando vermelha de vergonha, mas ainda assim não se afastou do Don. Tinha como ser mais adorável? Tinha, mais adorável seria eu sendo envolvida por aqueles belos braços. Os dela.

“Eu posso te ajudar em alguma coisa, Meryl?” Eu perguntei, tentando me livrar desses pensamentos impróprios, além do mais, eu tinha que ao menos retribuir todo esse cuidado da Meryl.

“Ajudar em que? Ah, no jantar? Sim... você pode levar esse pratos pra mesa?” Eu acho que ela percebeu a minha urgência em querer retribuir e ajudar de alguma forma.

“Claro que posso.” Eu respondi me movendo para pegar os pratos, o único problema era o quão devagar eu tava andando, ela percebeu.

“Não não, você não pode, você vai se sentar aí.” Ela falou me direcionando pra cadeira que havia na cozinha. “E só vai se levantar quando o jantar estiver pronto, em alguns minutos.” Disse ela com um tom maternal. Tá vendo? É adorável demais.

“Eu quero ajudar, eu posso fazer isso, por favor.” Eu tava quase implorando.

Ela hesitou, mas... “Ok, só não exija muito de si mesma, você está aqui pra se recuperar.” A-DO-RÁ-VEL! Para com isso, Meryl! Para de derreter o meu coração.

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