Balela! Toda essa história de que contar carneirinhos ou ficar cantando uma música mentalmente vai te ajudar a dormir é balela, pelo menos na minha mente maluca não funciona de jeito nenhum.
O jantar já acabou, eu voltei para a casa de hóspedes, estava deitada a exatamente 3 horas sem sequer pregar o olho, e tudo isso era culpa da Meryl. Mentira, eu é que estava pensando besteira demais. Mas quem mandou a Meryl ser incrível demais? Quem mandou ela fazer tudo isso por mim? Sabe, se eu parasse pra analisar tudo o que me aconteceu naqueles dias e se eu fosse contar pra alguém, ninguém acreditaria...
Ai cara, eu não conseguia tirar da cabeça tudo o que presenciei no jantar. Primeiro a Meryl acariciando a minha mão com o polegar dela quando ela me mostrou a casa de hóspedes, depois aquela maravilhosa visão que tive daquela pele alva em contraste com o sutiã preto, depois aquele beijo entre a Meryl e o Don, onde descobri porque o Don havia chamado a Meryl de atrevida, eu queria mesmo era que ela fosse atrevida comigo, não ia me importar nem um pouquinho, pelo contrário, eu seria feliz da vida e a ‘minha pequena eu’ faria a dancinha do robô para expressar a sua alegria. Mas voltando a realidade, além de tudo isso, quando eu vi a Meryl e Don abraçados no sofá, ela no colo dele, naquela cena super linda de comercial de margarina, eu cheguei a conclusão de uma coisa... eu estava... cara, isso é muito estranho... eu estava com ciúmes e pior, eu queria beijá-la... eu queria ser aquela pessoa ali sentada abraçando a Meryl, eu queria ser aquela ali sentindo o seu perfume, eu queria receber aquela leve mordida no lábio inferi... ‘ai meu Deus, Molly, presta atenção no que você tá falando, o que é que tá acontecendo com você?’ Eu olhei pra minha pequena eu na tentativa de que ela me explicasse, mas ela se recusou.A Meryl estava me ajudado esses dias de forma tão fantástica e lá estava eu pensando essas coisas impróprias, mas eu tinha culpa se ela é tão atraente? Dava pra acreditar que essa mulher tinha quase 60 anos? Nunquinha na vida da Molly! Quando ela me tocava eu sentia arrepios e quando ela me olhava eu me sentia despida, não acredito que ela soubesse o que os gestos dela me causavam, se ela soubesse, ela seria uma perversa pra ficar me matando todos os dias, mas a verdade é que eu não sabia como sobreviveria... eu queria que... por apenas um dia... uma vez... eu e a Meryl... ‘Argh! Ai meu Deus, para com isso, Molly, você sabe que isso não é nem possível de acontecer. Você não viu como a Meryl é completamente apaixonada pelo Senhor-não-tão-calado-Gummer? Você não viu aquela cena de comercial de margarina? Quem é você para pensar na possibilidade de se envolver com a Meryl?’, eu ouvi a minha pequena eu dizer, toda cheia de si.
Foram aí que pensamentos mais importantes vieram à minha cabeça. Como eu retribuiria tudo isso? Mesmo sabendo que eu só ia ficar aqui até me recuperar, alguma coisa eu precisava fazer, sei lá, eu poderia até bancar a faxineira na casa da Meryl, eu ia ficar super feliz em arrumar o quarto dela, agarrar o travesseiro dela, cheirar as roupas dela... ‘Caramba, Molly! Será que você não pode pensar sério nem por um minuto?’, a minha pequena eu me repreendeu, é verdade, eu tinha que concordar, era preciso pensar em algo. Como retribuir todo esse carinho? Isso a minha pequena eu não soube responder.
O relógio já mostrava 3:30 da manhã e eu não tinha conseguido dormir nadinha, era melhor eu pensar em algo que me fizesse dormir.. como por exemplo, pensar na moça de cabelo esquisito falando sobre a membrana plasmática, é, isso poderia ser melhor do que qualquer carneirinho...---
O dia já tinha chegado, já eram 5:30 da manhã, e eu só tinha cochilado por 2 horas. Já que tinha perdido quase a minha noite toda, resolvi levantar logo e tentar fazer algo produtivo, como me perder naquele ateliê outra vez, quem sabe até me arriscar a pintar alguma coisa, eu sempre fazia isso quando tava com a cabeça cheia, e você sabe, eu estava com a cabeça cheia... de Meryl. Então foi isso que fiz, peguei uma tela branca, algumas tintas, fiz a minha melhor pose de Picasso, e dei as minhas pinceladas, nem pensando exatamente o que queria pintar, apenas botando pra fora o que eu sentia. Até que eu ouvi um barulho de água. Era a piscina, alguém a estava usando, a minha pequena eu começou a torcer pra não ser a Meryl, porque ela sabia que se fosse a Meryl seria o meu fim, só de imaginar a Meryl de biquíni... Não, ela deve usar maiô, não importa, só de imaginar a Meryl usando roupa de banho, não importa qual fosse, com certeza seria a minha morte.
Eu fiquei na dúvida brutal se eu saía pra ver ou não, mas a minha pequena eu tava tão curiosa que nem me deixou opção de escolha, então eu saí.“Só pode ser brincadeira.” Eu murmurei pra mim mesma ao ver Meryl emergindo da água. Fiquei ali admirando ela dar umas braçadas, depois outro mergulho e emergir outra vez. Oh. Meu. Deus. Será que essa mulher tem consciência do quão sexy ela é? E então ela me viu e abriu o maior sorriso. E aí ela começou a sair da piscina, eu vi os seus lábios se mexerem, mas nem prestei atenção porque eu estava fascinada ao descobrir uma nova habilidade do meu cérebro: a câmera lenta. Eu estava vendo a Meryl sair da piscina para pegar a toalha em câmera lenta, isso era tortura, mas eu não podia reclamar de ter aquela visão bem ali na minha frente. Ela não estava de biquíni, mas eu não seria nem louca de reclamar, porque ela não estava usando um maiô comum, era um maiô vermelho-sangue, que também caía muito bem com o tom de pele dela. Mas a causa da minha fascinação não era nem a cor, mas a abertura que havia na parte frontal, o decote continuava numa abertura que ia até o umbigo, mas possuía 3 pregas que a não deixava tão exposta assim, era sexy, mas ainda assim comportada. Quando que eu imaginaria que veria o umbigo da Meryl? Nunquinha na vida da Molly! Ai, depois de toda a luta que passei durante a noite, tentando saber como sobreviveria a esses dias, ver a Meryl de maiô não tava me ajudando em nada, mas eu poderia ficar admirando o dia inteir...
“Molly?” Ela perguntou, com uma interrogação na testa.
“Hum?” Eu murmurei, ainda em estado completo de fascinação.
“Eu disse bom dia e perguntei se você dormiu bem.” Ela me perguntou, agora sorrindo, a minha cara de bobona deveria ser engraçada mesmo.
“Er... bom dia! Sim, dormi perfeitamente.” Mentira, não dormi nadinha e tudo por causa dela.
“E a coluna? Um pouco melhor hoje?” Ela perguntou, agora levemente deslizando a mão na curva da minhas costas, espero que ela não tenha percebido o arrepio que senti, cadê meu cachecol? Eu seria internada se usasse cachecol num dia ensolarado como esse.
“Melhor do que ontem.” Mentira, tava pior do que ontem por que eu não dormi nadinha, não descansei.
“Ótimo! Talvez nadar seja bom pra sua coluna, eu procuro dar umas braçadas todas as manhãs.” Ela disse. Ah, que ótimo, eu vou ser torturada todas as manhãs enquanto estiver aqui? “Quem sabe não nadamos juntas qualquer dia desses?” Ela falou sorrindo. Isso Meryl, faça isso, e além de uma Molly com a coluna doendo, você também terá uma Molly com um infarto no coração.
“É, quem sabe.” Eu sorri de volta. “Meryl, eu preciso te perguntar uma coisa.” Eu falei, agora séria.
“O que você quer falar?” ela perguntou séria ao ver o quanto eu estava séria. Nossa, quanta seriedade.
“Eu sei que você disse que você não quer nada em troca, mas você há de concordar comigo, eu não vou ficar em paz sabendo que não retribui de alguma forma. Então eu vou perguntar mais uma vez, o que eu faço pra retribuir tudo o que você tá fazendo? E por favor, não me diga que só basta eu me recuperar.” Não sei de onde veio toda essa ousadia, mas saiu. E aí a primeira reação dela foi surpresa, na verdade eu li na expressão dela ‘ela é realmente atrevida’, depois ela ficou pensativa, e fez aquele gesto típico dela quando chega a uma conclusão, inclinou a cabeça um pouco pro lado, até que finalmente falou.
“Me acompanhe até o escritório, Molly.” E pegou na minha mão, entramos na casa principal, ela me conduziu até a porta do escritório dela. “Pode entrar, fique à vontade, eu só vou trocar de roupa e já volto.” E aí ela seguiu pro quarto dela, eu morri de vontade de perguntar ‘eu não posso ir com você?’, mas a minha pequena me deu um tapa e me perguntou o que será que Meryl tava planejando. É, o que será que Meryl tá planejando?
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Entre nós
FanfictionO que fazer quando você tem a inesquecível oportunidade de conhecer a sua atriz preferida? E quando você vive com ela algo que só vocês duas sabem? Você grita isso para os quatro cantos ou guarda para si? Molly Madison passou por isso e ela decidiu...