One-shot 52

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Aqui estou eu, como sempre aparecendo aqui para contar as loucuras que me acontecem. E como as últimas semanas tem sido realmente loucas! Não vou mentir, desde a minha última conversa com a Meryl, tenho vivido em um mix de sentimentos. Se por um lado eu sinto uma sensação de possibilidade gigantesca, por outro eu sinto dor só em pensar em como esse processo deve estar sendo difícil para a Meryl, por mais que ela tenha parecido calma quando conversou comigo, eu ainda podia ver a angústia em seus olhos e sua postura, ela é uma excelente atriz mas eu tenho a honra de poder dizer que a conheço e sei quando ela esconde o que sente para não me preocupar. A verdade é que eu estou tentando respeitar o tempo que ela disse que precisava para ela, por isso não liguei e nem fui procurá-la, mas mandei flores, mandei um cartão apenas para relembrá-la que se ela precisasse de mim, era só ela gritar que eu iria correndo, talvez essa parte nem tenha sido exagero. Ela não me deu nenhuma resposta e tudo bem, ela precisava do tempo dela e eu estava respeitando isso.

Era uma manhã de sábado e para a minha surpresa, quando voltei do passeio com a Lou, o celular tocou com uma ligação dela. Não importa quantas vezes eu tenha falado com a Meryl no telefone, ver o nome dela escrito na tela do meu celular sempre me causa arrepios e borboletas no estômago. Eu respirei fundo antes de atender.

"Rainha." atendi como ela deve ser chamada.

"Não tenho me sentido como uma rainha, meu bem." ela falou e só o tom de voz dela já deixou meu coração pequeno. "Liguei para te agradecer pelas flores, são lindas. Vê como você é especial?" ela disse com doçura, mas era o tom de voz que estava me matando de fato.

"Como você está?" perguntei e esperava que ela fosse sincera.

"Vou ficar bem." ela falou. O que me dizia, nas entrelinhas, que ela ainda não estava bem. "Esse lugar me acalma." ela continuou.

"Onde você está? Eu posso saber?"

"Claro que pode, meu bem, eu não estou me escondendo de você." ela falou. "Estou na casa de Connecticut."

"Eu acredito que esteja sozinha."

"Sim, estou sozinha." ela foi objetiva.

Eu suspirei. "Esse tom de voz está me dando tanta vontade de te dar um abraço." fui sincera.

"As flores foram como um abraço, as suas palavras no cartão também." ela disse e a doçura estava ali novamente. "Não se preocupe comigo, meu bem. De verdade." ela disse com mais firmeza.

"Ok, mas não se esqueça que as palavras do cartão são a mais pura verdade, se você precisar de mim, estou aqui." eu falei. "Eu sei que no momento você deve estar se sentindo um ser humano horrível, como você costuma dizer, mas eu preciso te relembrar que isso não é verdade, eu preciso te relembrar o tanto que você já fez por mim, me ajudou, me fez crescer, ainda que eu ter cruzado a sua vida tenha ocasionado situações complicadas pra você, por favor se lembre da pessoa maravilhosa que você é e de como você mudou a minha vida para muito melhor." botei pra fora o que queria falar, ela ficou em silêncio por um momento. "Meryl?"

E aí eu ouvi um soluço. "Me fez chorar, Molly."

Eu senti meu coração encolher. "Não era minha intenção."

"Eu sei, minha atrevida. Obrigada pelo carinho." ela deu uma pequena risada. "Eu amo você, não esqueça disso." ela completou e me fez ter um passamento ali do nada, eu não estava pronta. "Preciso chamar uma ambulância pra você depois de dizer isso?" ela brincou diante do meu silêncio.

"Precisa mas manda vir bem rápido." eu brinquei de volta. "E eu também te amo, mesmo você achando que não merece." falei e a ouvi suspirando novamente.

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