6° | Histórias

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Adrian Sanchez
Horas antes da invasão no hotel (20:10)


- E mais uma coisa, não abra a maleta em hipótese alguma. - Digo com uma taça de vodka em minha mão.

- Sim senhor. - Um dos meus funcionários responde assim que sou as devidas ordens.

Suspiro assim que ele sai do meu escritório particular. Arrumo um pouco meu terno e vou em direção a grande janela de vidro, onde consigo olhar quase a cidade toda.

Ainda não acredito no que aconteceu no leilão, aqueles desgraçados me deram um trabalho danado para conseguir achar-los, demoramos horas para identificar, olhei cada câmera de trânsito perto do local do leilão.

Admito que fiquei surpreso em saber quem são os ladrões, uma equipe de amadores que decidem se esconder em hotel de celebridade. Solto um sorriso de canto por pensar nisso e dou um gole na minha bebida.

Penso em ligar para minha "parceira de trabalho", Giulia, mas ela está sendo a motorista de fuga caso der errado esse plano, o que espero muito que não. Enquanto olho para a janela e me distraio com meus pensamentos, ouço algumas batidas na porta.

- Entre. - Digo me virando para a porta meio afastada.

- Adrian. - Vejo Matheo entrando pela porta grande e preta, vestido com seu terno preto. - Achou a equipe que nos roubou?

- Sim, já mandei cuidarem disso, Matheo. - Digo deixando meu copo em cima da mesa onde tem alguns papéis.

- Certo. O que vai fazer quando conseguir a chave?

- Acha mesmo que vou contar meu plano para você? Assim que a chave estiver em minhas mãos você vai saber.

- Como? Espero que não tenha esquecido de quem contou sobre o tesouro e o leilão, Adrian. Sem mim você nem estaria aqui. - Ele diz umedecendo os lábios assim que termina frase.

- Sabe, - Respondo sorrindo abrindo a gaveta da minha mesa e pegando uma pistola e limpando ela com minha mão. - Também espero que você não tenha esquecido de quem te trouxe para essa empresa, você se coloca em seu lugar quando for falar sobre algo comigo Matheo. Posso ser mais novo que você, mas ainda mando nesse lugar.

- Pode me matar se quiser, mas saiba que sem mim você não encontra seu tesouro.

- Já pode sair. Eu cuido daqui pra frente. - Digo me virando para a janela novamente, ainda com a arma na mão.

Assim que escuto os passo dele indo em direção a porta, aponto a arma para ele mas mudo o lado e dou tiro, não para acertar ele, é claro. Ele se vira pra mim com uma cara de "assustado".

- Escapou. - Falo quando ergo minhas mãos para alto, fazendo uma "careta".

Em seguida vejo ele revirando os olhos, um costume típico de Matheo, solto um sorriso assim que ele sai, em parte pelo susto que ele levou.

Logo guardo a arma na gaveta e me sento na cadeira, virado para janela novamente, realmente adoro ver a cidade daqui de cima, faz meus problemas parecem menores.

Matheo estava certo em certas partes, realmente sem ele eu não saberia sobre o tesouro, mas ele estava errado na parte "sem mim você nem estaria aqui", meu interesse nessa caça não é só o tesouro, antes era, mas agora achei algo um pouco mais interessante.

2 anos atrás
Lembranças.

Conheci Matheo no bar de meu pai, ele era bem de vida então me deu um emprego. Eu era barman e era bem puxado, já que era bem movimentado. Um dia íamos fechar, e eu encontrei um homem que parecia ser rico. Puxei ele para uma conversa e roubei seu relógio e sua carteira sem que ele tenha percebido, mas parece que alguém havia notado isso.

O Tesouro de Barcelona Onde histórias criam vida. Descubra agora