20° | Revelações

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• Nicholas Martinez

Suspiro com um pouco de dificuldade, mantenho meus olhos fechados, ainda seguro a arma. Talvez eu deveria ter feito isso, mas eles seriam presos se a polícia tivesse entrado na boate, e provavelmente ser presa de lingerie não é uma coisa muito agradável.

- O que caralhos está acontecendo? Por que eu fui sequestrado? - Rafael diz sentado na cadeira que agora está no canto da parede esburacada, meus olhos se abrem, não por completo, apenas para ter uma visão dele.

- Não era nescessário te sequestrar até o diabo desse homem atrapalhar. - Camilla é quem diz, sentada na outra cadeira, com uma perna esticada e a outra um pouco dobrada.

- Obrigado por nos salvar, Martinez. Foi muito corajoso. - Digo oque era para ela ter falado em vez do xingamento, fecho os olhos novamente. - E aliás, diabo não, meu herói cairia melhor.

- Se está achando que eu vou te agradecer, está muito, mas muito enganado. Você só sabe estragar as missões, estou começando a me arrepender de ter te chamado. - Sua ótima frase me faz sorrir, abro meus olhos por completo dessa vez.

- Escuta Camilla, você iria ser presa, junto com o desesperado por sexo ali. - Aponto a arma para ele. - E além disso, queria mesmo ser presa seminua? Aposto que sua dignidade iria acabar ali mesmo.

- Te garanto que eu preferia ser presa até nua, se fosse para ficar longe de um homem como você.

- Meu Deus Perez, tudo isso por que estraguei sua noite de sexo? Deixa de drama, mulher. - Fecho os olhos mais uma vez.

- O que eu faço ou deixo de fazer não te diz respeito, Nicholas. E graças a você, temos que aturar o parceiro dele.

- Dele? Estão falando sobre o Adrian? - Rafael ainda insiste.

Nada é respondido, não sei se Camilla concordou com a cabeça, não estou com vontade de abrir os olhos para confirmar isso.

- Vocês estão me levando para sabe-se Deus onde para saber sobre ele?

- Você é tagarela demais, cala a boca um pouco. - Digo, começando a me irritar.

- Como é? - Sua voz parece estar indignada. - Eu quase fui morto por uns terroristas, fui sequestrado, e pelo visto se intrometeram em uma conversa confidencial.

- Vocês são burros pra caralho. Sabe quantas pessoas estavam lá dentro? Qualquer um poderia ouvir. - Argumento, com os olhos abertos.

- E você acha que fui eu que escolhi aquilo? Obviamente Adrian deveria ter descoberto sobre vocês e queria que isso acontecesse.

- Isso foi um chute, ou uma denuncia? - Pergunto, virando meu rosto para sua direção.

- Quem liga agora? - Ele diz me olhando, em seguida esfrega seu rosto. - Eu sabia que não deveria ter aceitado essa proposta. - Ele responde baixo.

- Quem liga? Acabamos de salvar sua vida de merda, ou você acha que aqueles homens armados eram para nós? - Camilla argumenta.

- Escuta aqui mulher, eu não te pedi para fazer nada por mim, quem teve a ideia de me levar foi esse seu parceiro do caralho ali. - Ele diz irritado

Suspiro impaciente, até que percebo que aqueles tiros foram nescessário. Alguns vidros que contém tranquilizante estão espalhados pelo chão, e por sorte um deles está perto de mim, junto com sua arma. Viro meu rosto discretamente para a discussão dos 2, estão tão entretidos que não reparam que eu larguei a Glock e pego a outra pistola.

Pego um dos dardo, um dos mais pequenos mas cheio e coloco no cano da pistola, destravo do gatilho e escondo em minha mão esquerda que está abaixada e escondida atrás de meu tronco.

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