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Camilla Perez
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Pode conter gatilho no decorrer desse capítulo.
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- Notamos que há álcool no sangue do paciente, e isso pode complicar na cirurgia, tanto que o coração dele já parou três vezes ao meio da cirurgia. Além disso a ferida está bem grave e não sei como ele resistiu até chegar aqui, mas ele teve muita sorte. - Ele ergue a caderneta junto com uma folha e lê algo ali, abaixando em seguida. - Precisaremos de uma história detalhada do que aconteceu em breve, mesmo se a senhorita não estiver em boas condições, o protocolo que mantemos aqui é rígido, infelizmente. Faremos exames em você também, caso estiver estiver a vontade e se autorizar.

- Não preciso de exames. - Recuso esperando que seja educado. - Agradeço as informações.

- Certo, então. Vamos trazê-lo para esse quarto após o pós-operatório, mas não creio que será possível ficar aqui com ele nas próximas horas. - Ele finaliza a frase com uma confirmação com a cabeça e em seguida se vira para a porta.

Segundos depois ele atravessa a porta e fico sozinha novamente, e mais desnorteada. Sinto meus olhos arderem, minha respiração ficando desregulada. Levo minha mão até meus cabelos, retirando de meu rosto que em breve vai estar molhado, mas não posso fazer isso. Procuro o telefone que eu havia visto perto de uma pequena mesa redonda ao lado da cama, e quando eu o acho, sigo sua direção.

Pretendo lembrar o número completo de Cassid, é oque tento quando pego o telefone com as mãos tremendo. Disco o número dela e o aproximo de minha orelha, esperando ansiosa pra que ela atenda, e segundos depois ela parece ouvir minhas preces.

- Quem fala? - Sua voz me alivia.

- Cassie, aconteceu um problema. - Digo olhando em volta do quarto.

- Camilla? Como? Com você? - Sua voz demonstra preocupação imediata.

- Não, não comigo, mas com o homem que eu te falei. - Suspiro antes de dizer. - Hemorragia interna e ele está em cirurgia agora.

- Você está em hospital? - Um breve silêncio é feito depois da pergunta. - A situação é grave com ele?

- Muito, infelizmente. Mas não foi por isso que te liguei. Estamos em um local público e não sei se o suborno que Nathaniel fez é o suficiente para mantê-los quietos com a polícia.

- Tem algo que quer que eu faço por vocês, não é?

- Tem, pode parecer arriscado mas pode funcionar. - Ela espera, eu espero e assim outro silêncio é feito até eu respirar fundo. - Eu quero que ache Adrian para mim.

- Isso é bem arriscado, Camilla. - A resposta imediata vem, como se ela já soubesse oque eu diria. - Pode envolver muito mais pessoas do que já se envolveram.

- Precisamos achar ele, Cassid, ele não pode sair ileso do que fez comigo, não mais uma vez.

- É você quem está falando ou o seu tal "ar de vingança"? Pensou direito nessa idéia e nos riscos dela?

- Olha, eu sei que você não saiu de Los Angeles, até porque não conseguiria atender esse número. Mas pense, com o assassino de de Lorenzo preso, e os créditos serem dados a você, você se tornaria oficialmente livre, e seria uma agente novamente.

- Não venha fazer chantagem justo comigo, Camilla. Você sabe que é perigoso tanto para você quanto para mim. Mas eu te conheço muito bem e sei que depois que eu disser não, você vai ligar para outros para correrem o mesmo risco. Sendo assim, talvez eu te ajude com oque eu puder.

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