24° | Demônio da Velocidade, pt2

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• Nicholas Martinez

O homem da mesma idade que eu se aproxima, vestido com uma camiseta branca sem gravata, aberta pelos três botões de cima e sua calça jeans como a minha preta. Como eu me lembrava, ele possuí olhos verde escuros e sua pele um pouco morena, também possui um pequeno brinco de cruz em sua orelha direita. E seu cabelo ondulado preto raspado nas laterais.

- Demônio da velocidade. - Ele sorri quando se aproxima, entregando a palma de sua mão, vejo dois anéis pratas em seu dedo indicador e anelar.

- Daniel. - Cumprimento sorrindo, pego sua palma e ele me puxa para sua direção, batemos o ombro levemente e nos distanciamos.

- Quando vi seu nome na lista achei que não fosse verdade. - Ele diz colocando cruzando os braços e me olha de cima a baixo. - O que o espanhol faz perdido no Brasil?

- Se eu te contar você não acreditaria. - Faço o mesmo ato que eu. - E o que você faz aqui? Pensei que estivesse em Miami.

- Precisava mudar de vida. - Em seguida ele olha para Camilla ao meu lado e sorri. - Não vai me apresentar para a dama?

- Daniel, Camilla Perez. - Aponto para ela com minha mão esquerda.

Ela estende a mão para ele formalmente, mas ele a vira e se inclina, beijando as costas de sua mão e olhando para ela.

- Nicholas escolheu bem dessa vez. - Ele diz ainda sorrindo quando se distancia. - Camilla é um lindo nome, assim como a mulher que ele pertence.

- Ei, somos só parceiros de trabalho. - Aviso, antes que ele imagine coisas.

- Entendo. - Ele me olha. - Vi vocês no jornal do outro dia, por isso estão fantasiados em pleno agosto?

- É por aí.

- Onde conseguiu essas máquinas? Vieram participar com isso mesmo? - Ele pergunta olhando acima de meu ombro.

- Exato. Presumo que você seja o dono do lugar.

- Pois é. Agora ganho a vida desse jeito.

- Está melhor que antes. - Sorrio. - Olha, tem como você nos colocar na próxima?

- Vamos ver. Alguns corredores são bem rígidos apesar de saberem que posso expulsa-los. - Ele suspira. - Mas, vou dar um jeito de colocar vocês, quando os outros chegarem vou explicar como funciona as regras e a pista. Não suma de vista de novo ok? - Ele dá um leve tapa em meu ombro.

Balanço a cabeça e sorrio. Em seguida ele se afasta e vai para a direção que estava antes de vim, observo as pessoas em volta dele e percebo uma caixa de som, tocando alguns reggaeton's e funk que possui letras tentadoras.

- Demônio da Velocidade? - Ouço Camilla perguntar, oque me faz abaixar a cabeça balançando para os lados.

- Não era para você descobrir isso. - Respondo.

- Então com certeza vou adorar ouvir essa história. - Ela diz, inclinando sua cabeça para cima do ombro.

Penso em dizer que não, mas ficar aqui esperando os corredores terminares de finalizar a corrida vai ser entediante. Suspiro e começo a me lembrar.

- Eu costumava participar de algumas corridas quando era adolescente, e por conta disso eu era muito xingado. E toda vez que eu ganhava de um dos homens que sempre competia comigo, ele gritava inferno e batia no volante quando eu cruzava a linha que ficava poucos centímetros do carro dele. Depois disso ele saia e me apelidava de demônio, tentava avançar em mim mas nunca conseguia. - Dou uma pausa, sorrio e olho para Camilla. - Certa vez decidi debochar da situação, coloquei meu próprio apelido de Demônio da Velocidade. Quando ele descobriu, ficou furioso comigo e conseguiu oque ele queria. Recebi um soco no rosto, já ele recebeu um golpe de um pedaço de madeira no mesmo lugar. Ele ficou com uma cicatriz perto da têmpora e nunca mais apareceu e nunca mais o-encontrei.

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