26° | Investigação

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• Anthony Sousa

- Leve isso para a perícia, o sangue vai ser examinado. - Digo entregando um pedaço do que parece ser um para-brisa embalado, para um dos policiais que me acompanharam.

Essa cena possui mais coisas do que havia imaginado. Várias marcas de pneus seguem em direção da rua, encontramos um para-brisa quebrado por balas de tiro, também possuí sangue de alguém que tentou fugir da viatura. Minha suspeita é que possa ser de Nicholas, mas não posso esquecer que a mulher, Camilla, também está envolvida.

Os postes daqui não possuem câmera de segurança, oque dificulta nosso trabalho. Olho para o chão vendo as marcas que levam para fora da estrada e depois para minha mãos, que estão enluvadas para não atrapalhar a perícia, claro. Estou abaixado perto do local que achamos os cacos de vidros, como a rua é de obra, está fechada e por isso temos vantagem.

- Souza. - A voz de Marcos aparece atrás de mim. - Já olhamos tudo, vamos voltar para a delegacia para poder investigar mais sobre isso.

Olho ele por cima de meu ombro, faço um gesto de concordância e em seguida me levantando, retirando as luvas. Não consigo segurar um bocejo quando me viro para sua direção, coloco as costas de mão livre para poder tampar minha boca.

- Parece que os resultados de passar a madrugada na delegacia estão fazendo efeito. - Ele diz, andando ao meu lado.

- Infelizmente. Mal consegui dormir essa noite pensando no tiroteio daquele dia.

- Essa noite? Anthony, você já está pensando nisso faz dois dias. Não acha que sua mulher está preocupada?

- Lisa está em Balneário, Marcos. Preciso focar no trabalho enquanto ela estiver fora.

- Por que esse caso está te intrigando tanto? Não te vejo assim desde de seu casamento, e isso já faz cinco anos.

- Gostaria de saber também. - Respondo, penso por alguns breves segundos se devo dizer oque eu sei sobre o caso até agora. - Mas para alguém que bebeu ontem a noite, você até parece que está bem sóbrio para mim.

- É, passei a rodada de ontem para a próxima. Estava cansado e decidi ir para a casa.

- Não é atoa que está ficando nublado. - Respondo. Em seguida ouço uma reclamação vindo dele, oque não é novidade.

- Encontrou algo sobre o Mendes? Ele está desaparecido desde que vocês foram para a casa do Nathaniel.

- Nada ainda. Sem pistas sobre o caso dele. Talvez seja isso que esteja me fazendo ficar intrigado.

- Talvez. O delegado me colocou como seu parceiro até Mendes aparecer ou ser encontrado, portanto vou compartilhar oque eu conseguir achar sobre os casos, e espero que faça isso também Souza.

- Ótimo. - Respondo, jogando as luvas em uma lata de lixo em meu lado.

Estamos próximos da viatura, atravesso para o lado esquerdo e Marcos para o lado direito, abro a porta e espero ele fazer o mesmo ato, mas ele coloca o braço sobre o teto e olhar para seu lado direito, parecendo pensativo por no máximo dois minutos.

- Deveríamos ir até a casa do Nathaniel. - Ele diz e volta seu olhar para mim. - Foi lá que você viu Mendes pela última vez.

- Vamos para a delegacia primeiro, precisamos de um mandado. - Respondo, depois de processar sua sugestão.

Nos abaixamos e entramos no carro, coloco a chave na ignição e desligo a sirene da viatura. Nathaniel estava viajando a negócios nesses últimos dias, sua casa ficou vazia e por isso seria um bom alvo para de hospedar. Eu não havia pensado nisso, a casa dele era a última coisa que eu pensei.

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