23° | Demônio da Velocidade

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Contém gatilho nesse capítulo.

Nicholas Martinez

Tive a sorte de ninguém me encontrar ainda. Retirei o boné e o óculos, estão no banco do corona ao meu lado. Estou dirigindo um Hyundai Creta, não faço idéia de quem seja e aonde vou deixa-lo quando chegar na casa de Nathan.

Apenas peguei esse carro por conta do insulfilm, que me deixa um pouco invisível sobre as câmeras. Faz apenas alguns minutos que aconteceu o acidente, nenhum policial veio atrás de mim, por enquanto.

Não estou longe do local, consegui decorar as ruas por onde nos levam até a casa dele. Pego meu celular do bolso para ver a hora, vejo que marca 8:50. Não temos muito tempo para conseguir chegar até a empresa de Rafael, talvez eu opte para cancelar o compromisso. Adrian pode suspeitar se quiser, mas de qualquer jeito não vamos poder ir hoje.

Estou começando a estranhar o fato de Camilla não ter ligado para mim em nenhum momento. Por isso, acelero veículo para aproveitar a estrada longe da civilização. Começo a reconhecer a estrada e desacelero um pouco. Pego o boné e o óculos caso eu receba outro golpe indesejado.

Estaciono o carro não muito afastado mas também não muito perto, apenas para o parceiro do policial não acha-lo quando vim me procurar aqui ou o Mendes. Abro a porta e saio em seguida, suspiro antes de pensar em uma desculpa. Sinto meu celular vibrar quando dou alguns passos para a entrada da casa.

- Alô? - Pergunto assim que atendo a chamada.

- Oi Nick, conseguiu algo com Rafael? - A voz de Maya responde.

- Não. Aconteceu um imprevisto e não fomos para a empresa. - Digo em tom de reclamação e desânimo.

- Ah. Bom, uma notícia boa, eu consegui achar algo sobre sua família.

- Sério? - Abro a maçaneta com a manga do uniforme cobrindo minha mão, meu tom de voz não sai desacreditado, Maya já deixou muito claro que consegue fazer o serviço melhor que ninguém.

- Sim, descobri o endereço de seu avô, e adivinha? Está aqui em Los Angeles e mora perto do hotel do qual estou hospedada.

Fico em silêncio por um breve tempo, assim que entro observo a sala e Camilla está deitada de um jeito preguiçoso no sofá, assim que me vê coloca sua cabeça apoiada em sua mão. Parece estressada, mas não ligo para isso agora.

- Ainda está vivo? Por essa eu não estava esperando. - Retiro o boné e jogo para a pequena poltrona um pouco afastada de mim.

- Pois é, mas sua avó não resistiu. Puxei a ficha dela e descobri que os dois moravam em Barcelona desde do ano retrasado, do qual foi o ano que ela morreu.

- Interessante. - Me viro de lado para Camilla, em seguida coloco a mão em meu quadril e observo o andar de cima. - Faz quantos anos que eles moravam lá?

- Faz doze anos.

Doze anos. Faz doze anos que meu pai morreu, em Barcelona. Eles não apareceram no enterro dele e nem sequer foram me procurar para saber como eu estava.

- Engraçado, faz doze anos desde do assassinato e eles nem se quer apareceram no enterro.

- Talvez não soubessem sobre isso.

- Impossível. Apareceu no jornal de toda a Espanha, e os familiares são avisados do ocorrido.

- Acha que eles não queriam comparecer de propósito?

- No momento não tenho certeza de nada, Maya. - Retiro a mão de meu quadril, retirando o óculos e solto um suspiro. - Que falta de consideração com a própria família.

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