18° | Segredos

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Nicholas Martinez

Já se passaram apenas 1 hora. Nada de movimento na estrada, me encontro com os braços escorados no corrimão que impede de alguém cair, estou em completo tédio aqui, espero alguma ligação de Nathan ou de Maya, na esperança de ligarem para falar pelo menos uma notícia boa.

- Martinez. - A voz feminina me tira dos pensamentos. Inclino minha cabeça para o lado aos poucos, a silhueta de Camilla logo aparece ao meu lado.

- Nenhum sinal, ainda. - Digo direto, se é oque ela quer saber.

- Seu ombro está sangrando. - Ela diz em observação, não tinha reparado no tom vermelho que mancha minha blusa. - É melhor fazer outro curativo.

- Ainda não, não antes de garantir que estamos seguros aqui.

- E como acha que vai conseguir atirar com o ombro nesse estado?

- Eu já disse, estou machucado não aleijado, Perez.

- Teve sorte hoje. - Ela diz se escorando na barra de ferro como eu.

- Eu não diria sorte, considero mais como um esforço.

- Como quiser. - Ela diz, ficamos em silêncio por no máximo 2 minutos.

- Onde aprendeu a dirigir daquele jeito? - Pergunto, quebrando o silêncio que me deixa agoniado, olhando para sua face.

- Uma das vantagens do trabalho sujo. - Ela ainda não matem seu olhar no meu.

- Você aprendeu muita coisa com eles. - Paro por um breve tempo. - Teria coragem de mata-los? - Seus olhos encontram os meus finalmente.

- Sem hesitar. - Ela me responde, depois de um breve silêncio e troca de olhares.

Sua resposta me surpreende, mas eu já estava esperando algo como isso, não tem como culpa-la sinceramente, pelo jeito que ela diz, Adrian a fez perder metade de sua vida.

Não nos falamos mais, por mais 2 minutos pelo menos, até que escuto algumas batidas na porta, para chamar nossa atenção.

- Nathan ligou, a casa dele está como cena de crime e vai ficar desocupada por um tempo, falta no máximo 2 horas para ficar pronta. - Nicole aparece quando viro meu meu corpo na sua direção.

- Não é melhor vocês ficarem com a gente? - Camilla pergunta, virando seu corpo também.

- Queria que fosse, mas Tereza já está envolvida demais nisso. - Ela cruza os braços. - Estou pensando em ficar na casa de uma amiga por enquanto, para manter ela em segurança.

- Hoje? - Pergunto.

- Talvez, só vamos atrasar as coisas para vocês aqui, então é o melhor para se fazer no momento. Mas, vocês podem contar com minha ajuda caso precisem.

Lhe dou um sorriso pequeno em uma tentativa de agradecer, ela devolve o gesto e se vira para nós, ela está certa de qualquer forma, ainda não sei qual ajuda ela pode nos dar, mas qualquer coisa nesse momento não posso recursar. Uma preocupação a menos com Tereza e Nicole longe de nós, até porque onde eu e Camilla pisamos acontece cada coisa de ruim que fico impressionado.

- Até que foi bom ter feito aquela bagunça na casa do Nathan. - Camilla se vira para frente novamente, colocando suas mãos na barra. - Já é uma vantagem, até porque ninguém nos procuraria no mesmo lugar.

- É. - Essa palavra sai um pouco mais baixa, com um tom de desânimo. - Vou ligar para Maya, para ver se ela tem notícias.

Camilla assente, em seguida vai em direção a porta que sai em seguida, fico sozinho no quarto novamente. Pego o celular de meu bolso, discando o número dela e logo levo meu celular para perto de meu rosto.

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