Não era uma obsessão. Não era. Daniel tinha consciência disso. Ele apenas queria estar próximo caso Tom precisasse de algo. Ele não precisava. Mas pouco importava.
Infelizmente o projeto estava finalizado com toda a perfeição possível, bastava apresentar diante de um auditório, ser aprovado e sair dali antes de ver o negócio de fato sendo feito.
Mais café. Daniel estava enrolando para terminar o relatório. Eram excessivos detalhes que ele queria pôr para demorar o quanto conseguisse, não que a equipe fosse esperar para apresentar, já tinha data certa para isso.
-Você aqui de novo?
-Isso é algum tipo de encontro pra uma seita secreta tarde da noite em uma empresa qualquer? -Tom riu se aproximando. Ele tateou o ar até encontrar uma cadeira e se sentar próxima ao Daniel.
-Estou fazendo o relatório do nosso projeto.
-Ainda? Pensei que tinha começado isso há semanas! Vamos apresentar depois de amanhã!
-É por isso que estou aqui.
Tom esticou a mão para tocar a ampulheta sobre a mesa de Daniel, era um objeto que não importa para onde a empresa o mandasse ele levaria como um lembrete que tempo é precioso. Tom segurou para si e passou os dedos por cada detalhe de madeira.
-Você gostou?
-Acho que sim. Gosto de passar a mão nas coisas -falou rindo.
-É... isso... isso soou estranho.
-Eu sei. Nada que sai da minha boca é improvisado, mas sim eu gostei, tem bastante detalhes. Deve ser lindo.
-E é. É um objeto muito bonito, foi meu avô que fez e me deu quando eu era criança.
-Então tem um valor pessoal inestimável. Eu não deveria estar mexendo, desculpe.
-Não, não. Tudo bem. Pode ficar... sabe, vai se lembrar de mim quando eu me mudar.
-E quem disse que eu quero lembrar de você?
Daniel riu.
-Não posso aceitar isso. É seu, seu avô fez pra você.
-Mas eu estou lhe dando de presente.
-Obrigado então.
Tom colocou a ampulheta sobre a mesa e se virou em direção ao Daniel, ainda era surpreendente o quanto era preciso. Então uma mão quente foi em até seu rosto, ele estremeceu pela surpresa.
-O que é isso?
-Eu não sei como é sua cara. Ao menos assim vou lembrar como são suas feições.
Daniel sentiu as maçãs da face corando e esquentando conforme os dedos mapeavam seu rosto timidamente, tocavam nas suas bochechas, queixo, pálpebras, contorno dos lábios. Ele sentia o roçar dos dedos queimando sua pele. Sentiu um estremecer em seu interior, ele pegou a outra mão de Tom para pôr sobre seu rosto, era quente e delicada, marcante.
Daniel estava ficando duro.
-É! Acho que senti o suficiente! Tenho meu veredito, você é feio! -Tom falou com uma voz exaltada tirando as mãos do corpo de Daniel rapidamente.
-Posso afirmar que eu não sou feio.
-Ok. Ok. É melhor eu ir, acho que está ficando tarde.
-Você quer ajuda pra ir embora?
-Não, não, não. Eu posso me virar. Termina aí seu relatório!
-Tom.
-Sim?
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Pequenas Histórias de Amor
DragostePequenas Histórias de Amor e outros contos mpreg e omegaverse é um livro com diversos casais com diferentes histórias, repleto de muito beijos e amassos. Os contos desse livro são independentes entre si e em poucos capítulos que tem uma história com...