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Isaac acordou com a cabeça terrivelmente doendo e tinha se lembrado de um dos motivos que não bebia mais com frequência, a ressaca. Ele se espreguiçou e viu que passava das dez quando se levantou, terrivelmente tarde.

Ele entrou debaixo do chuveiro e depois desceu, seu estômago pedia por comida, mas quando chegou no andar de baixo esperando estar sozinho encontrou Piers com uma mesa posta esperando-o para o café.

-Bom dia -o alfa falou.

-Bom dia. Pensei que já tinha se alimentado.

-Esperei por você. Sua situação ontem não estava das melhores, precisava ver com meus olhos como ficou.

Isaac riu.

-Com muita dor de cabeça, tem algum remédio?

-Tenho um chá próprio para isso -ele falou enquanto colocava a chaleira sobre o fogão e depois voltava a se sentar de frente ao ômega -dormiu bem?

-Como uma pedra! Acho que consegui descansar o equivalente aos anos que fui para cama tarde e acordei cedo.

-Que bom.

-Hum, torradinhas! -Isaac exclamou pegando algumas e pondo em seu prato.

-Obrigado pelo presente de ontem.

Isaac levantou o olhar para direção dos olhos roxos profundos.

-Não há o que agradecer, eu é que fico feliz por ter gostado.

Quando ambos terminaram, Piers puxou Isaac para uma das salas. O lugar onde Lucius guardava suas criações, era um lugar grande e cheios de artes plásticas que combinavam perfeitamente com a cidade que ele viveu.

-Pensei que gostaria de pôr isso na entrevista.

-E eu pensei que já havia terminado ela.

-Não... sei lá, pensei que iria te interessar.

-Eu reconheço facilmente as artes que ele fez, mas essas não.

-Nunca foram à exposição, eram obras muito pessoais para isso.

-Tipo essa? -Isaac apontou abrindo um sorriso.

-Tipo essa.

-Ele te representou de maneira um tanto quanto...

-Dotada?

-Sim! Isso aí! Dotada! -Isaac exclamou rindo.

Piers também riu.

-Eu era uma de suas principais inspirações.

-Você podia um dia expô-las quando se sentir bem o suficiente.

-Você é a primeira pessoa de fora que tem acesso a isso.

-Que bom que não foi essa sala que eu descobri durante a madrugada, porque essa definitivamente você me mataria.

-Me desculpe por aquele ocorrido.

-Não precisa fazer isso, eu estou na sua casa e fiz algo de errado. Peço perdão novamente por ter visto e quebrado algo importante para você.

-O Lucius e eu nunca pensamos em ter filhos, sempre estivemos ocupados com nossas criações e com nosso casamento, pensávamos que uma criança atrapalharia o que tínhamos.

-Você não precisa falar de um assunto delicado como esse comigo.

-Se eu contar, você não vai colocar isso na entrevista, não é?

Isaac negou com a cabeça.

-Você está conversando com o Isaac, não com o jornalista Isaac Sanders.

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