Talvez eu soubesse que esse sonho não se realizaria da forma que eu queria. Costumam nos pressionar tanto sobre nosso relógio biológico e como ele é importante para nós, ômegas. Costumam nos falar tanto como é importante nos casar o quanto antes e ter filhos, ter uma família e ser feliz enquanto cuida do trabalho doméstico e sinceramente? Não há nada de errado nisso, mas não precisa ser o caminho que todos têm que seguir.
Não foi o meu, por exemplo, apesar de ter tentando seguir o tradicional. Namorar, casar, comprar casa juntos e almejar ter filhos, mas no final de contas, acredito que não tínhamos deixado claro nossos sonhos.
Lembro do dia que Gustav estava fazendo nosso café da manhã, ele sempre fazia questão de que só comêssemos apenas produtos naturais, sem açúcar, sódio ou conservantes, puta que pariu, eu odiava aquelas comidas sem graça, mas amava que o Gustav se importava em fazê-las para comermos juntos. Nesse dia, ele estava no balcão desmembrando couves para um suco verde quando eu cheguei por trás e o abracei.
Ele me puxou para cima do balcão e me beijou, foi aí que eu falei contente que tinha parado de tomar meu remédio. Lembro também da cara espantada e da fala gaguejando perguntando o que aquilo significava.
-Conversamos sobre isso, querido. Sobre... sobre termos um bebê, se lembra?
Não demorou para que o divórcio saísse. Gustav alegou que não estava pronto para ser pai, acreditava que nunca estaria. Ele era jovem e tinha muito para viver ainda e um filho definitivamente atrapalharia seus sonhos.
Sempre era fácil para os alfas. Ter trinta e seis anos e ser um jovem livre para viver as loucuras, mas para mim não. Ter trinta e quatro era como uma âncora mostrando que meus anos dourados estavam indo embora, que meu relógio estava apitando e que eu teria que começar do zero para encontrar alguém e ter filhos.
Mas meu sonho era ter uma família. Não precisava ser grande. Eu queria um filho. Eu sabia disso.
Mas sempre tão complicado, foram dez anos juntos do meu ex marido, eu não sairia em uma bebedeira e engravidaria de um qualquer só para satisfazer minha vontade de gestar uma vida dentro de mim.
Apesar disso eu tentei por alguns anos conhecer alguém, no fim não deu em nada de qualquer forma e cá estou eu com as pernas abertas em uma clínica de fertilização assistida decidindo por uma paternidade solo.
Minha mãe só faltou chorar quando soube, não que eu me importasse, isso já era algo concretizado em minha mente, bastou apenas organizar algumas coisas e seguir em frente, não importava a aparência do doador, bastasse que fosse uma pessoa saudável. O progenitor do meu filho se chama 7208-GS, era somente isso que eu precisava saber e ficaria tudo bem.
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Pequenas Histórias de Amor
RomancePequenas Histórias de Amor e outros contos mpreg e omegaverse é um livro com diversos casais com diferentes histórias, repleto de muito beijos e amassos. Os contos desse livro são independentes entre si e em poucos capítulos que tem uma história com...