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-Como eu pude concordar em sair de casa com você nesse estado?

-E quem é você pra me impedir?

-Ninguém com esse direito, mas um pai e um namorado preocupado por uma pessoa que vai parir daqui há três dias e estar saindo para fazer compras!

-Olha, eu vou fazer uma cesária marcada de trinta e quatro semanas, não é como se eu tivesse sentindo dores do parto. Eu não estou e outra, eu sonhei com essa roupinha de bebê e não poderei ficar em paz até achá-la e comprá-la pros meus bebês. É somente isso, não estou me esforçando, acredite em mim -falei segurando a mão de Zenith enquanto entrava na loja.

As funcionárias pararam o que estavam fazendo para me ver e se aproximar perguntando se eu queria me sentar, estava bem ou queria um copo com água. Falei que estava bem e apenas procurando algo em específico, mas elas apenas recuaram um pouco, prontas para me colocarem nas costas e correr para um hospital se precisasse.

Eu ri, conseguia entendê-las. Não era todo dia que uma pessoa grávida de trigêmeos saía com aquele tamanho de barriga para procurar roupinhas de bebê, mas eu precisava daquela roupa que eu sonhei para meus filhos!

-Zeni! Olha isso! Céus, que amor! -Exclamei enquanto ele se aproximava sorrindo.

-É muito lindo. Era isso que você ia comprar?

-Infelizmente não, mas acho que ainda posso levar esses vestidinhos. Vai, me ajude a achar alguma roupinha de menino que combina com essa estampa.

Assim que ele voltou a sair para atender meu pedido e eu voltei a passar meus dedos por entre os cabides, eu sentia que estava muito próximo do que eu queria!

-Cillian? -Uma voz familiar falou perto de mim e eu me virei.

-Tarsila! Céus, quanto tempo eu não te vejo! -Exclamei indo abraçar minha ex cunhada, irmã do Gustav -caramba! Você mudou e esse barrigão lindo?

-Cinco mês! Eu vim aqui comprar algumas coisas para o enxoval, mas e você? Você está grávido! Céus, meus parabéns! É mais de um, não é?

-Três. São três.

-Pelos Céus! É bom que é tudo de uma vez só!

-Tarsila, você gostou desse aqui? Olha, tá escrito eu sou do titio -um homem também conhecido por mim falou ainda de cabeça baixa relendo o body em suas mãos.

-Gustav, olha só quem eu encontrei aqui!

-... -sua cara era impagável. Estava boquiaberta como se tivesse visto um fantasma.

-Olá Gustav.

-Cil... quer dizer Cillian... caramba, não te vejo há alguns anos.

-São coisas da vida.

-... e você tá grávido... você... conseguiu, meus parabéns.

-Obrigado. De fato, no momento que eu estou vivendo, estou realizando meu maior sonho.

-São três, acredita? -Tarsila cutucou o irmão -de vez!

-É... é, eu imaginei. Sua barriga está enorme... posso passar a mão?

-À vontade -falei dando espaço para que ele se aproximasse, então logo os bebês se amostraram pulando ou dando cambalhotas. Senti todo meus órgãos se revirarem.

-É incrível -ele admitiu e retraiu a mão.

-É, mas não tanto durante as madrugadas -disse passando a mão com carinho sobre aquele avantajado contorno.

-Cilli, olha que roupinha linda! -Zenith apareceu sorridente com uma roupa de bebê, a roupa que eu sonhei!

-Meu Deus, Zeni! Era a roupa que eu tava falando! -Falei pulando em um abraço que foi rapidamente retribuído.

-Perfeito, já coloquei três desses no carrinho.

-Caramba, meus modos. Zeni, essa é a Tarsila, minha ex cunhada e esse é o Gustav. Tarsila e Gustav, esse é Zenith, meu namorado e pai dos bebês.

-Prazer em conhecê-lo! Fico muito feliz em saber que o Cil tem alguém perto dele nesse momento -Tarsila sorriu estendendo a mão.

-Obrigado -Zeni falou sem jeito.

-É... olá -Gustav disse também sem jeito estendendo as mãos.

-De você eu já ouvi falar.

-É, sim, possivelmente. Acho que não são coisas boas.

-O Cilli disse que odiava as suas dietas.

-Zeni! -Eu bati em seu ombro rindo -é passado, não precisamos mais falar disso.

-Você tem uma cara de conhecido -Tarsila disse franzindo a testa -sério, sinto que já te vi em algum lugar.

-Deve ter ouvido -falei -Zenith Armstrong, ele é musicista.

-Meu Deus! Não brinca! Tá vendo, Gustav?! Caramba, eu vivo falando essas músicas com você! Zenith, eu admiro muito seu trabalho e suas músicas, é uma discografia impecável!

-Obrigado, obrigado -Zeni sorriu coçando a cabeça envergonhado.

-Foi um prazer vê-los, mas eu já vou indo, só vim até aqui por causa dessas roupinhas e felizmente o Zeni achou.

-Posso ir para o caixa enquanto você se despede -Zenith falou pegando a outra roupinha das minhas mãos e me beijando na frente de todos. Demorou alguns segundos e então saiu.

-Ah Cil, vocês estão tão apaixonados!

-Tarsila, menos por favor -Gustav reagiu incomodado.

-É a verdade, vocês já terminaram então cada um tinha que seguir sua vida e que bom que o Cillian conseguiu fazer isso!

-Obrigado, Tarsila e você tem razão, eu amo muito o Zeni e sei que sou amado igualmente.

-Está vendo? -Ela me abraçou e beijou um lado da minha bochecha -agora eu vou indo, está bem? Deixarei os dois sozinhos para se despedir. E Cil, por favor, me mande notícias! Quero saber dos bebês e de você.

-Pode deixar -disse dando tchauzinho enquanto ela saía -é, estamos a sós.

-Você mudou bastante.

-Você já disse isso.

-É que eu me surpreendo. Você conseguiu, sabe, os bebês.

-Sim, eu finalmente realizei meu sonho e estou muito feliz por isso.

-Seu... seu namorado é uma pessoa boa?

-Claro, o Zeni é uma pessoa incrível e ele quis ser pai tanto quanto eu. Tenho certeza que a paternidade de trigêmeos não será tão pesado com ele ao meu lado.

-Tem momentos que eu imagino as coisas de uma forma diferente do que aconteceu. Se eu tivesse comemorado com você no dia que falou que tinha parado de tomar o remédio, se eu e você tivéssemos tido um bebê, se criássemos uma família.

-São tantos "e se". Você não mudaria da noite pro dia e eu acho que foi melhor assim, não imagino o que seria de mim se tivesse tido um filho com uma pessoa que não sabia se queria um, eu não estava afim de estar sozinho se você acordasse um dia de manhã e percebesse que não gostava daquilo.

-Eu entendo sua preocupação.

-Olha Gustav, tivemos uma história, mas agora ela é passado e nós dois pudemos seguir nossos destinos. Ficou tudo bem.

-Eu ainda te amo.

-Mas eu não. Enfim, foi bom revê-lo, mas é melhor eu voltar para casa, terei meus bebês daqui há três dias.

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