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𝗦Ã𝗢 𝗣𝗔𝗨𝗟𝗢, 𝗕𝗥𝗔𝗦𝗜𝗟
𝗜𝗦𝗜𝗦 𝗣𝗢𝗩

📨

TINHA acabado de chegar em casa do trabalho, e posso dizer sem exagero algum que esse foi o meu pior dia de trabalho em dois anos como analista de marketing pela In future.

Trabalho como analista de marketing na seção de mídias sociais, o que é uma merda, passar o dia atrás de uma mesa, analisando dados e estatísticas de clientes da empresa.
Como se isso já não bastasse, ainda tenho que lidar com um chefe de seção insuportável, fala sério, se você tem uma secretária particular, por que eu que tenho que ficar atendendo suas ligações?

Não posso dizer que odeio meu trabalho, por que está longe disso, gosto muito do que faço, gosto de ajudar pessoas a crescer seus próprios negócios nas redes sociais, de mostrar o que dá pra melhorar e o que não tá dando certo.
A parte insuportável do meu trabalho é passar sete horas sentada atrás de uma mesa, e principalmente, fazendo trabalho que não é meu, como atender duzentas chamadas por dia do supervisor.

Meu sonho sempre foi trabalhar como acessora, mas como em São Paulo ou você bota a cara e faz, ou você procrastina, eu sou do time que procrastina.

Tive nem tempo de sentar no sofá quando chego em casa e já preciso atender uma ligação de vídeo de Rebeca.
Rebeca é minha prima mais próxima, crescemos juntas e nunca nos largamos, é a única família que eu tenho por perto desse que decidi me mudar do Rio de Janeiro para São Paulo.

Chamada iniciada
Beca ❤️🖤

Fala minha piranha,
tá difícil falar contigo em. – Disse Rebeca assim que atendi.

– Isso se chama trabalhar
igual a uma condenada Beca,
tô morta esses dias.

A gente nunca mais foi em uma baladinha,
vou começar a te arrastar pelos cabelos comigo, toda vez que eu
chamo tu nega. – Reclama Beca enquanto eu reviro meus olhos internamente. É sempre a mesma discussão quando ela me liga.

– Tô tendo tempo nem pra viver esses dias Rebeca,
se desse pra sair,
eu saia, mulher.

Qual foi a última vez que tu beijou na boca Ísis?
Não, melhor, qual foi a última vez que tu deu pra alguém?

– E o que isso tem a ver?
Tem mais o que fazer não?
Fica querendo saber da minha vida sexual, cada coisa. Sabia que pedagogia era tão fácil assim não, tá tendo tempo até pra ser sexóloga. – Impliquei com a garota.

Só pela sua resposta, eu já sei que deve fazer uns 4 meses que a sua amiguinha não faz amizade com ninguém, tenho certeza que tem teia de aranha aí embaixo. – Bem que dizem, intimidade é foda.

– Tu num trabalha não Rebeca? Eu em, mulher, vai viver vai.

Quem tá precisando viver não sou eu não,
vou mandar um presentinho pra você, vamos ver se pelo menos sozinha
você tira essa teia daí. Isso só pode ser o karma agindo na minha vida,
eu devo ter jogado pedra na cruz.
Me manda seu endereço aí, vou mandar um vibradorzinho pra você se divertir, achei uma loja daora aqui perto de casa que vende essas coisas.

𝗦𝗘𝗗𝗘𝗫 • 𝗥𝗔𝗣𝗛𝗔𝗘𝗟 𝗩𝗘𝗜𝗚𝗔 Onde histórias criam vida. Descubra agora