V I N T E

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𝗦Ã𝗢 𝗣𝗔𝗨𝗟𝗢, 𝗕𝗥𝗔𝗦𝗜𝗟
𝗜𝗦𝗜𝗦 𝗣𝗢𝗩
Brasil X Argentina

📨

TINHA acabado de chegar no Maracanã e estava me matando para achar a área dos camarotes, sempre que eu vinha ficava nas arquibancadas junto com a torcida, e agora estou toda perdida dentro do estádio.

— Oi moço, onde fica a área dos camarotes? – Pergunto pra um segurança que está por perto.

— Posso ver sua credencial? – Ele pergunta.

— Ah claro, aqui. – Pego o crachá que Rapha pediu que me entregassem hoje junto com a camisa.

— O seu camarote fica pra lá, é um dos últimos do corredor, você vai ver o número na porta de vidro. – Ele diz me indicando o corredor com o dedo.

— Obrigada viu.

Vou andando até a porta e vejo Gabriel já lá dentro, sinto a vergonha inundar meu corpo assim que abro a porta de correr. Assim que ouve o barulho, ele vira na mesma hora.

— Pensei que tinha desistido, já tava pensando em como eu ia consolar o Rapha. – Ele diz vindo me abraçar.

— Claro que não. Tudo bem? Eu sou a Ísis.

— Eu sei, Rapha me contou, sou o Gabriel. E aí, demorou pra achar o camarote?

— Muito, fiquei toda perdida aqui dentro, nunca tinha subido pra essa área.

— Rapha comentou que você talvez pudesse se perder aqui. Pediu pra eu te ajudar caso acontecesse.

— Seu irmão se preocupa atoa, eu perguntei pra um segurança e ele me mostrou o caminho.

Me sento no banco em que vou assistir a partida e vejo que estamos colados a um setor da arquibancada, bem que Rapha avisou que a torcida ia ser mista, vejo torcedores argentinos e brasileiros todos sentados num mesmo setor, sem qualquer tipo de divisória.

Vejo que os jogadores começam a subir para a execução do hino, e mais uma vez percebo que Rapha não está entre os titulares.

— O Diniz só pode estar de palhaçada, viu como foi um desastre no último jogo e mesmo assim não coloca o Rapha pra jogar. – Exclamo ficando puta.

— Eu tô achando que ele é clubista, isso sim. – Gabriel diz ao meu lado.

Ouvimos a execução do hino da Argentina e logo após o do Brasil. Assim que os jogadores começam a se alinhar, escuto uma gritaria na arquibancada ao lado. Os jogadores argentinos começam a vir em direção aos torcedores e só aí eu percebo que começou uma briga entre as torcidas.

Fico preocupada quando vejo idosos e crianças no meio da torcida enquanto os torcedores arremessam partes das cadeiras uns nos outros, depois de quase cinco minutos de confusão a polícia decide começar a intervir.

Fico aflita pensando no quão desesperadas devem estar as pessoas que estão ali, vejo alguns torcedores pularem pra outros setores, crianças chorando, e um homem sendo agredido pelos policiais.

Eu não sei o passou na cabeça das pessoas que trabalham na CBF em juntar duas torcidas rivais a anos sem o mínimo de proteção devida no estádio.

𝗦𝗘𝗗𝗘𝗫 • 𝗥𝗔𝗣𝗛𝗔𝗘𝗟 𝗩𝗘𝗜𝗚𝗔 Onde histórias criam vida. Descubra agora