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SUSPIRO exausta quando passo pela porta de entrada de casa. O dia hoje foi um caos, corri de lá pra cá pelo escritório, mal tive tempo pra almoçar direito. Jogo minhas chaves no aparador da entrada e olho em volta estranhando o silêncio nessa casa.
— HERA? – Grito pelo nome da minha irmã enquanto ando até o segundo andar. Paro de frente a porta da mesma e dou pequenas batidinhas. — Hera, tá bem?
— Oi, entra. – Escuto sua voz rouca e abro a porta dando de cara com minha irmã enrolada nas cobertas.
— Tava dormindo essa hora? Tá bem? – Me aproximo e me jogo ao seu lado na cama.
— Tava com dor de cabeça e resolvi tirar uma soneca. Chegou faz tempo? – Ela boceja se virando de frente pra mim e deitando a cabeça no meu colo.
— Acabei de chegar. Cadê a Atena? Nem vi ela.
— Rapha pegou ela mais cedo quando voltamos da rua. – Ela diz e eu assinto com a cabeça me ajeitando no travesseiro.
— Como foi? – Rapha tinha combinado com a garota de a levar pra conhecer algumas faculdades de São Paulo, inclusive a que patrocina o clube.
— Foi bom, nós andamos por algumas e ele me levou pra almoçar perto do CT.
Fico feliz de ver o quanto ela e Raphael se dão bem. São como dois cúmplices, um faz merda e o outro ajuda a encobrir. Sem contar nas vezes que Hera tá mal ou pra baixo e Raphael faz de tudo pra animar a garota.
Essa semana mesmo fizemos uma noite de filmes infantis junto com Beca e Joaquín. Hera tava meio pra baixo por ainda não ter achado uma faculdade, mesmo nós insistindo que tá tudo bem e ela não precisa ter pressa. Rapha passou o dia me mandando mensagem e perguntando se ela tava melhor, até que deu a ideia de chamarmos o casal vinte e fazermos uma noite de filmes.
Foi incrível. Ninguém se importou de que tinha trabalho no outro dia, o importante era Hera se divertir com a família. Meu coração se aquece quando lembro das gargalhadas que a garota soltava com cada piada nossa ou cenas engraçadas do filme. Gosto de ver como ela parece estar feliz aqui, gosto da cumplicidade que eles estão criando.
Essa é a família que eu queria. E posso dizer com todo orgulho do mundo que eu tenho, e ela é minha.
— Inclusive, ele pediu pra você ligar pra ele assim que chegasse em casa. – Ela diz me tirando de meus devaneios. Assinto com a cabeça e puxo a coberta pra me cobrir. — Cê tá bem? Tá quieta.
