𝗦Ã𝗢 𝗣𝗔𝗨𝗟𝗢, 𝗕𝗥𝗔𝗦𝗜𝗟
𝗜𝗦𝗜𝗦 𝗣𝗢𝗩
Alguns dias depois.📨
O DIA hoje foi um caos, todos os projetos que eu havia aprovado na empresa foram mandados pra revisão, acordei com uma gripe fudida que nenhum xarope ou remédio estava aliviando, e pra piorar voltei pra casa com a gasolina na reserva por que esqueci de passar no posto para abastecer.
Nada tava dando certo hoje, quase perdi o horário pra ir trabalhar, não tive tempo pra tomar café, o famoso mercúrio retrógrado se apossou da minha vida, ou talvez seja a tpm chegando.
Cheguei em casa umas meia hora atrás e simplesmente me joguei na cama, minha cabeça tá explodindo de dor, e não tem remédio que faça passar. Tinha acabado de mandar mensagem pro Rapha falando que não ia conseguir passear com os cachorros hoje de noite.
Tava colocando o celular de lado para carregar quando a porta do quarto abre e Hera entra com um ursinho que eu dei pra ela quando ainda éramos pequenas. Só pela cara que ela faz, sei que quer um aconchego. Desde pequena, quando Hera estava mal, era atrás de mim que ela vinha, normalmente agarrada com uma mantinha que guardava desde que era bebê.
Dei um ursinho branco pra ela que havia ganhado do nosso avô quando era pequena, sempre que eu ficava mal, eu abraçava ele, então quis que minha irmã tivesse o mesmo ursinho que me consolava. Eu nunca fui uma criança que ia atrás dos outros quando estava mal, acho que isso é mal de irmã mais velha.
Eu preferia sempre fechar a porta do meu quarto, colocar música no máximo no fone e abraçar meu ursinho, evitava ao máximo deixar qualquer um me ver mal ou chorando. E quando passava, eu surgia como se nada tivesse acontecido.- Vem cá, deita aqui comigo. - Me deito do outro lado da cama afastando a coberta pra ela poder deitar. - Quer me contar o que aconteceu? - Pergunto fazendo cafuné em sua cabeça.
- Papai ligou hoje, disse que a mamãe não tá dormindo em casa, que ela foi pra casa da vó depois que eu saí. Acho que o que segura a mamãe ainda em casa sou eu, se eu já tivesse ido embora como você fez, eles já teriam se divorciado. - Ela diz se aconchegando ainda mais no meu lado.
Hera sempre se sentiu muito mal com a situação de casa, essas brigas e discussões nunca foram escondidas de nós, sempre foi tudo as claras, nós sempre sabíamos o que estava acontecendo. Quando ela nasceu a situação parece ter piorado, o casamento já não tava dando certo, as brigas pioraram e era sempre na nossa frente. Eu sempre tentei proteger ela ao máximo de tudo o que acontecia naquela casa, sempre a puxando pro meu quarto.
Sair de casa foi a decisão mais difícil que eu tomei em toda minha vida, saber que Hera seria quem aturaria aquilo sozinha, como por anos eu aturei, parte meu coração até hoje, e ver ela se culpar pelas brigas estarem aumentando me quebra demais. Eu sempre tentei ser o apoio que ela precisava, sempre indo na escola quando precisava, sempre a consolando quando estava triste com alguma coisa. Começar a trabalhar e conseguir pagar um psicólogo tanto pra mim quanto pra ela, eu digo que foi uma das minhas maiores conquistas.
- Você sabe que não tem nenhuma parcela de culpa nessa situação, a mamãe e o papai sempre souberam no que estavam se metendo e que muito provavelmente daria errado alguma hora. - Até por que a culpa dessa situação toda acontecer hoje em dia é minha, e não sua Hera.
Eu sempre soube o por que meus pais nunca se davam bem, e foi por que eu nasci, eles nunca quiseram um filho, sempre foi uma relação casual, sempre foi sem compromisso, até minha mãe descobrir que estava grávida, desde então tudo desandou.
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𝗦𝗘𝗗𝗘𝗫 • 𝗥𝗔𝗣𝗛𝗔𝗘𝗟 𝗩𝗘𝗜𝗚𝗔
Fanfictionᴏɴᴅᴇ ísɪs ᴄᴏʟᴏᴄᴀ ᴏ ᴇɴᴅᴇʀᴇçᴏ ᴇʀʀᴀᴅᴏ. ᴏᴜ ᴏɴᴅᴇ ʀᴀᴘʜᴀᴇʟ ʀᴇᴄᴇʙᴇ ᴜᴍ ᴠɪʙʀᴀᴅᴏʀ ᴠɪᴀ sᴇᴅᴇx. (ɴãᴏ ᴀᴄᴇɪᴛᴏ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀçõᴇs. ᴘʟáɢɪᴏ é ᴄʀɪᴍᴇ)