05 - Louco

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Uma simples gentileza pode mudar tudo. Muitas vezes, estamos passando por momentos difíceis dos quais nem somos capazes de compartilha-los, seja por dor, vergonha ou apenas escolha. Todos estão com suas próprias vidas, problemas e dores; todos somos sobreviventes em uma prova quase que infinita, com uma única certeza: a morte.

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Papai? Então, ele é pai dele? Idiota, hein, Vegas. Como não notou a semelhança?

Mas... Por que se tratam assim?... Não deveriam cuidar um do outro?... Sempre pensei que somente a minha família sofria com a falta de um amor cuidadoso.

- Eu exijo que você vá a público remover essa maldita acusação! - O homem mais velho volta a gritar.

- Gritar não vai impor autoridade. Abaixe seu tom se quiser que eu te escute. - Pete diz, o tom autoritário e grave. Seus olhos afiados.

Como ele poderia estar tão calmo, tão "bem"?

Em sua pele clara, é notável a marca dos dedos em seu rosto.

Deve estar doendo...

O homem mais velho suspira, irritado.

- Você já me tirou tudo e agora quer tirar minha imagem?! - Se altera mais ainda.

Então... Ele também tirou algo do pai?

"O homem se aproveitou de sua fraqueza e o fez assinar documentos." As palavras do senhor Azuma ecoam por minha mente.

Ele teria feito o mesmo com seu... Pai?

- Arfh. - Suspira, tedioso. - Argumentos tão fracos que chega a ser patético.

- Acha que ainda tem dezoito anos e pode agir como quiser?! Não se esqueça que ela não está mais aqui! - Questiona, com irritação, apontando o dedo na cara dele.

- Sua fala é tão inútil quanto a sua existência. - Pete avança contra o pai, ficando a centímetros de distância.

- Pete Pongsakorn Sanghetam! - Ele diz, levantando a mão para dar um tapa nele.

- Vai se foder! - Pete agarra pulso alheio. - Já acabou ou prefere continuar se humilhando de graça? - Pergunta, arqueando uma sobrancelha e erguendo um canto de seus lábios.

- Já chega. - Seu Top, finalmente, se pronuncia. Bate na mesa ao se levantar.

Caminha até os dois mais altos e os separa.

- O senhor sabe que não pode vir aqui e atacá-lo. Portanto, se não quiser mais problemas, é melhor se retirar. - Ele fala com cautela, mas seus olhos transbordam fúria.

- Acha que pode me ameaçar? - Ri, em deboche. - Você é só um velho que trabalha para a família. - Cuspe as palavras, com desprezo.

Pete vira-se de costa para pressionar a tecla de um telefone empresarial.

- Quero a segurança aqui. Se em cinco minutos esse intruso não sair, eu quero a polícia.

- Sabe que isso terá volta, não sabe, querido? - O pai questiona.

- Arfh... Nunca mais menospreze o Seu Top. - Pete o ameaça, os olhos frios.

O pai dele se recompõe rapidamente, como se nada tivesse acontecido. Assume uma postura ereta e tranquila, quase como se fosse o superior de todos aqui.

Isso é assustador. Como alguém consegue mudar tão rápido assim?

Eu estava imóvel. Em choque. É o meu primeiro dia e já começou assim. O que mais poderá acontecer? Eu devo tomar cuidado com todos. Principalmente, com meu chefe.

Mentiras - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora