Mentiras - VegasPete

41 - Beijar

Bloqueios emocionais podem te levar a reações explosivas, uma vez que você não tem mais controle sobre suas próprias emoções.

Eles podem ocorrer por traumas, falta de apoio emocional ou medo da vulnerabilidade. Os sinais aparecem diante de conflitos, que podem ocasionar ansiedade e estresse ou culpa e vergonha.

A autoconsciência, ajuda profissional e prática de expressões saudáveis é importante para a superação.

Se atente aos sinais.

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Chega um momento da vida onde seu cansaço se torna explosão.

Você quer expor a porra da sua dor de alguma forma e quando ela não consegue escorrer por seus olhos, ela transborda por seus atos.

Minha vontade é sair quebrando cada canto dessa sala.

Trinta porcento da minha consciência me incentiva a tal ato.

Os outros trinta porcento me dizem para não fazer.

E os quarenta porcento me lembram Vegas, fazendo-me controlar meus pulsos que insistem em querer socar algo.

Meu coração está acelerado.

Minha respiração perdida entre o controle, a sanidade e a ira.

Estou de pé apoiando-me sobre a mesa com as mãos, que demonstram a ansiedade em meu corpo.

Assim que desliguei aquela maldita ligação joguei o celular na direção da porta e fechei meus olhos perdendo-me entre as porcentagens dos meus sentimentos.

Apertei minhas mãos trémulas inspirando fundo e soltando o ar com força.

Preciso me controlar.

Preciso me controlar.

Preciso me controlar.

Porra, como isso é difícil!

- Aquele filho da puta! - Grito tentando conter a raiva e socando a mesa uma única vez.

Porsche e eu deixamos de ser irmãos aos meus doze anos quando o mesmo me viu beijando Kinn no banheiro da escola.

Aquele maldito sempre quis atenção do Chai e fazia de tudo para me prejudicar, já que "papai" tem seu preferido.

Eu não fazia ideia do que estava fazendo naquele momento. 

Nunca fui do tipo amigável ou sociável, pois aprendi desde cedo o peso de ser um Sanghetam.

As crianças se aproximavam de mim com algum interesse, pois todos conheciam meu sobrenome, portanto, não me era interessante ter amigos.

Mas kinn era diferente. Um ano mais velho que eu.

Aluno novo e transferido. Ele não ligava muito para ninguém, pois já estava acostumado a não fazer laços devido ao seu histórico de mudanças constantes por causa do trabalho dos pais.

Uma vez esbarrei nele a caminho da aula de natação, sim eu costumava ser desastrado, mas nitidamente os acontecimentos futuros me moldaram a ser quem sou hoje, o derrubei na piscina e o ajudei imediatamente quando percebi que o mesmo não sabia nadar.

Depois dali Kinn e eu ficamos um tanto próximos. Não erámos melhores amigos ou algo assim, comíamos juntos, mas nada muito além. Não tínhamos os mesmos gostos e nossas vidas eram completamente diferentes.

Mas era legal não passar os intervalos completamente sozinho, embora eu também não me importasse com a solidão.

Eu comecei a estranhar como os meninos pareciam ter interesse em meninas.