40 - Admiro

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O desejo de poder pode ser uma força tanto positiva quanto negativa. Por um lado, pode impulsionar pessoas a liderar, inovar e alcançar grandes objetivos, beneficiando tanto o indivíduo quanto a sociedade. Por outro lado, pode levar à corrupção, manipulação e comportamentos antiéticos, causando ambientes tóxicos e injustiças. O equilíbrio entre a ambição saudável e o respeito pelos princípios morais é essencial.

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- Nossa... - Vegas diz, melancólico, olhando para o estado deplorável que sobrou da antiga fábrica. - Imagino que doa em você olhar para isso...

Ela está pior que antes.

- Um pouco. - Sorrio, um tanto amargo, amenizando sua preocupação.

- Vamos. - Disse, apontando para a entrada dela.

Estamos de pé na calçada.

- Vamos apenas olhar daqui. - Digo, pois estou preocupado com o estado do interior do lugar.

- Mas eu quero ir lá dentro.

Nossos braços estão entrelaçados e Vegas está segurando a manga da minha camisa.

- Está caindo aos pedaços. É perigoso. - Informo, preocupado.

- Mas eu quero.

Ele me solta para se aproximar da entrada, tal como uma criança curiosa.

- Tsc. O que eu faço com ele? - Pergunto para mim mesmo, coçando a nuca.

- Com ele eu não sei, mas ele pode muito bem te por numa coleira e sair puxando porque é só o que falta.

Esqueci que esse idiota estava a caminho daqui.

- Conhece algum neuro? Sinto que tem algo errado aqui. - Aponto para minha cabeça.

- Não, o que tá errado, além da cara feia? - Nop continua a me provocar.

- Minha memória costuma ser ótima, mas estranhamente agora não me lembro de ter pedido a sua opinião. - Digo, com tédio.

- É que se tá mais focado em cadelizar, já aprendeu a latir, Pete? Faz au au, faz. - Sorri, me provocando.

- Rato ensinando a latir? - O olho dos pés a cabeça,  com desprezo.

- Esse hater contra mim é inveja. - Ele joga o cabelo para trás.

- Só porque você é um inseto não significa que seja uma borboleta. - Viro de frente para ele, guardando as mãos no bolso.

- Pete, já falei que te odeio? - Ele coça a testa, impaciente.

- Me odeia porque é feio se fosse bonito andava comigo. - Minha vez de levar o cabelo para trás.

- Feio é tu que faz pipoca assustando o milho.

Um estrondo ecoou de dentro da antiga fábrica.

Meu coração aceleta, preocupado, quando olho ao redor e não encontro Vegas.

- Vegas!

- Vegas!

Corremos para dentro do lugar.

Sabe quando uma criança sabe que fez algo errado e seus olhos estão com medo da bronca? É assim que ele está me olhando.

- Eu... Esbarrei sem querer... Desculpa. - Vegas está de pé, próximo a uma antiga máquina que agora está no chão.

Vegas está com as mãos na frente do corpo e ombros encolhidos.

Mentiras - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora