08 - Inseguro

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As vezes tudo o que precisamos é de um pouco de atenção. O medo e o receio podem vir de situações diferentes, mas apoio pode ajudar. Ter alguém que apenas te pergunte como está pode significar ganhar o mundo para alguém, cuja única companhia foi a solidão, mesmo que de um estranho na rua.

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Minha cabeça doía um pouco.

Acordei em uma sala diferente da qual estou acostumado, mas não significa que eu não a conheça.

Durante o "passeio" para conhecer a empresa, Seu Top me apresentou está área.

A enfermaria.

Sim, Sr. Pete faz questão de cuidar da empresa e da saúde de seus funcionários. De acordo com ele "sem saúde, sem eficiência", foi o que Seu Top me falou quando me trouxe aqui.

- Você acordou. - Buppha está aqui. Me olhou aliviada. Estava quase em cima de mim.

Que susto.

- Oi... - Me sentei com um pouco de dificuldade. O homem vestido com jaleco branco, também presente, me ajudou.

- Como se sente? - Ele me perguntou.

- Com um pouco de dor de cabeça.

- Você me deu um susto! - Buppha me deu um tapa no ombro.

- Ai. - Massageei o local a olhando incrédulo. Foi repentino demais.

- Desculpe por ela, a linguagem de amor dela é agressão física. - O homem voltou a me analisar a afastando de mim.

- Desculpa. - Ela pediu arrependida.

- Tudo bem... - Digo encarando timidamente o chão.

"Linguagem de amor", normalmente utilizada com pessoas das quais gostamos, então ela gosta mesmo de mim? Que sensação nova... Boa... Leve... Algo beirando uma liberdade...

Sorri.

- Ele tá bem mesmo? Tá parecendo um pateta. Não é melhor fazer uns exames? - Buppha me fez parar de rir com suas perguntas tão rápidas.

Eu não sei como reagir. Um misto de indignação e vergonha cresceram dentro de mim. E um certo alívio. Quero dizer, ela está fazendo piadas e isso significa intimidade entre pessoas próximas, não é? Então somos próximos. Me conforta.

Tudo bem fazer piada...

- Fique quieta ou pedirei que saia, Buppha. - O homem disse impaciente. - Eu sou o Dr. Arthit, responsável pela enfermagem dessa empresa.

- É um prazer, sou Vegas. - Apertei sua mão estendida.

- Ele é o assistente do Sr. Pete. - Buppha disse empolgada , tal como quem conta uma novidade.

- Ah, então você é o Vegas. - Me analisou em surpresa.

Sinto-me acanhado.

Mas não entendo seu interesse surpreso. Eu perdi algo?

- Sim. - Respondi baixo. Estou com vergonha.

- Não falei que ele é bonito? - Disse orgulhosa.

Eu quero me enterrar. Ela é tão espontânea que me deixa vermelho.

- Tá vendo? Deixou ele constrangido, saia. - O Dr. fez um gesto com a mão para que ela saísse.

- De jeito nenhum. - Buppha cruzou os braços.

- Você não me respeita mesmo. - Ele pressionou a testa com sua mão.

- Somos amigos, pare com isso. - Falou manhosa se aproximando dele fazendo cara de inocente.

Mentiras - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora