33 - Pete

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Às vezes, admiramos alguém tão profundamente que nem mesmo percebemos o alcance dos nossos próprios sentimentos. É como se a admiração fosse apenas a ponta do iceberg, ocultando emoções mais profundas que estão esperando para serem descobertas e compreendidas. Nesses momentos, pode ser valioso explorar esses sentimentos mais a fundo, pois podem revelar não apenas a nossa admiração, mas também outras formas de conexão e apreço que antes não reconhecíamos.

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Tenho pensado muito sobre a minha vida ultimamente.

Os dias fora do hospital, durante o intervalo das atenções que tenho recebido, agitaram minha mente.

Tudo o que está rolado.

Tudo o que tem mudado aqui dentro.

A forma como as ações de Pete ganharam uma evolução de reações em meu corpo.

Muitas coisas têm acontecido. Tudo parece rápido demais e ao mesmo tempo congelado.

Rápido para as coisas ruins.

Congelados para momentos com Seu Top, Nop, e principalmente com Pete.

Sobre ele, tanto meu cérebro quanto meu corpo têm estado inquietos, mas sem me incomodar.

Quero dizer, em alguns acontecimentos, tais como, quando acordo e posso vê-lo dormindo sinto uma paz instalar-se em meu peito.

Quando Pete devolve o meu braço e se agarra a ele fazendo-me sentir suficiente para aquele momento.

Quando Pete sorri e eu sou o motivo. Quando aqueles olhos caóticos vibram, mesmo que por alguns segundos, direcionados aos meus me fazem sentir hipnotizado, principalmente quando é acompanhado por covinhas tão bem formadas e um par de olhos fechando-se em meia-lua.

Quando seus toques gentis e cuidadosos evoluíram para respostas aos meus, como segurar a minha mão de volta causando além de uma ansiedade em meus pulmões, uma bagunça em meu estômago e uma festa em meu coração.

A maneira como ele me elogia soa tão sincera que eu quase consigo acreditar.

Suas aberturas me impulsionam a me sentir mais livre.

Pete é admiravelmente corajoso me motivando a ser um pouco menos covarde.

Desde que eles entraram em minha vida, ou eu na deles, tudo tem sido diferente.

Eu vivia na solidão entre a culpa e a rejeição, então a mamãe voltou para minha vida.

"Estou doente e por culpa sua perdi a única pessoa que eu poderia contar agora, então arque com isto."

Naquele momento eu aceitei tudo o que havia me dito e colhi para mim regando meu coração com a chuva de palavras soando como granizo.

Eu aceitei o meu destino.

Eu deveria carregar a culpa da sua morte até que a minha também chegasse.

E até lá, eu cuidaria da mamãe.

Foram dias e mais dias sendo julgado, criticado, diminuído, ofendido, agredido e machucado.

Era como amar sozinho.

Como se agarrar a um cacto.

Eu estava carregando um amor solitário, mas eu poderia lidar, pois aceitava que eu merecia.

De repente eu recebi uma proposta, estava confuso, assustado, receoso e esperançoso.

"Eu posso pensar sobre te perdoar"

Mentiras - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora