Viktor Bartholy
Se me perguntassem há três anos atrás, quando eu ainda era incompreensivo e não media esforços a fazer o mal, se eu estaria hoje vendo minha mulher grávida dormir tranquilamente, desfrutando da minha lua de mel eu e ela, vivendo uma vida a dois que jamais imaginei viver, eu não saberia o que responder. Ou responderia que jamais ia acontecer. Mas não prevemos o futuro. E não sabemos dele. As coisas só acontecem. Para mim aconteceu o milagre. Isabelly foi um milagre na minha vida na qual pude me redimir dos meus pecados. Nela encontro apoio, força e alegria. Eu pareço um adolescente apaixonado. E certamente sou assim. Ela disse que despertaria em mim um garoto que saberia amar. E ela despertou.
─ Hum, bom dia.
Espreguiçou-se abrindo seus belos olhos.
─ Bom dia.
Dei um beijo em seus lábios.
Sentou e me olhou.
─ Geralmente sou eu quem acordo primeiro.
Sorri de leve.
─ Tampouco pude dormir. Queria lembrar de cada momento. E o melhor deles é te ver dormindo. Sentir Everly chutar em seu ventre, ansiosa por nos conhecer. Estar só com você.
Ela se aproxima mais e nos abraçamos.
─ Faltam três meses. Estou tão ansiosa para segurá-la em meus braços.
─ E vou querer outros filhos mais.
Ela me olhou desconfiada.
─ Quantos?
Pensei.
─ Que tal... seis. Gosto dessa quantidade.
Ela soltou um riso gostoso de ouvir.
─ Ai, jovem, você é tão sapeca. Tá bem. Teremos seis. E vamos cuidar com todo amor e carinho.
─ Sim.
Beijei sua testa.
─ Oye. Queria te perguntar algo que vem martelando a minha mente.
─ Diga.
─ Isabella. A perdoou de verdade? Tem ressentimento dela?
Isabella... Uma pessoa que me arrependo de ter me envolvido.
─ Estive ressentido por algum tempo. Assim que descobri toda a verdade, quando Castiel me devolveu as memórias, odiei aquela mulher com toda a minha alma. Mas o que meu avô havia feito, ofuscava tal sentimento e não direcionei minha fúria a ela. Tudo o que me importou foi a covardia do meu avô. Não pensei na dela. Mas pensando agora, sinto-me envergonhado com você e sinto indiferença em relação à ela.
Isa me olhou de frente.
─ O que quer dizer?
─ Na época em que você me deixou, eu aceitei que Isabella fosse minha amante. Nos relacionamos casualmente, nos envolvemos carnalmente, mas... não havia sentimentos da minha parte. Lembro quando ela foi na casa em que compramos para anunciar aquela farsa de gravidez. Naquele momento me senti um tolo. Odiei-me cruelmente por ter me envolvido com ela. Se algum dia me arrependi de algo, foi naquele dia. Depois ter que conviver sem saber quem era ela, falando-me que o filho era meu e mentindo dizendo que era minha noiva... enojou-me quando descobri. Foi covardia. Ela usou a criança de Albert Munrou para se vingar de mim. Estava obcecada, encaprichada. Mas o seu fim... No fim não conseguiu o que tanto almejou. Não me senti no direito de retaliar o que me fez, pois meus erros me frearam a cometer mais maldades. E sei que você não deixaria. Lembro quando a defendeu de Fernando. O importante é que Isabella não passa de um infortúnio do meu passado e que não me afeta mais. Esqueci que algum dia me envolvi com ela. Agora tudo o que me importa é você.
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Indomáveis - Trilogia Paixões Indomáveis - Livro I
FanfictionEla só queria viver com aquela dor que a perseguia. Viver em paz com seus irmãos, sua única família. Ele queria continuar sendo cruel, carrasco e malvado. Sem se importar com o que pensariam os demais. Viveria do jeito que o ensinaram. Como nasceu p...