Indomáveis - Trilogia Paixões Indomáveis - Livro I

Epílogo

Isabelly Veiga

Dois anos mais tarde

         Era o aniversário de dois anos da minha Baby Eve.

         "Happy birthday to you. Happy birthday to you. Happy birthday to Everly. Happy birthday to you..."

          Todos cantavam em coral. Os Veiga e os Bartholys. Eu estava tão feliz. Everly estava no colo do pai. Para assoprar as velas, ele a inclinou. Bateu palminhas alegre.

          ─ Mami, papi, posso brincar com meus irmãos?

         ─ Calma, filha. Vamos tirar algumas fotos primeiro ─ falei.

          Vieram e Daniel foi tirando as fotos.

          ─ Próximo.

          Ele disse.

          Cassiel veio animado e pulou no meu colo.

          ─ Minha vez, titia linda.

          Sorri. Ele era tão fofo. Ainda mais com esses olhos. Nós quatro tiramos a foto em família. Irei emoldurar.

          Ah, tudo aconteceu tão intenso. Todos os conflitos, as brigas, as dores, os rancores, se tornaram amor verdadeiro. União. Companheirismo. Até mesmo Fernando brincava com as crianças, ele as deixavam mexer em seu cabelo ou fazia alguma mágica para impressioná-los. Viktor ao meu lado brincava com a Baby Eve numa ternura infinita. Minhas irmãs viam seus filhos ao lado dos maridos. Os mais velhos dos Bartholys até tiravam fotos com meus irmãos lobos. E eles... Estavam tranquilos em relação às irmãs. Agora o que faltava era o casamento deles. Quando virão o par perfeito dos meus irmãos?

          Denny ainda não se casou, mas já seria daqui a dois meses, tudo já estava organizado.

           Nesses últimos dois anos tudo foi tranquilidade. Nada de humano revoltado ou rainha maluca. Sem sequestro de recém-nascido ou regicidas. Também sem maga vingativa. Não ousei mais aumentar o poder dos outros com a minha habilidade. Meus talentos eram para serem usados com cuidado. Assim como os da minha filha e dos meus sobrinhos.

            Em relação à Victoria? Na mesma. Ela não se fazia presente nesse momento. Não chorava mais ou enlouquecia, mas basicamente morava naquele quarto. Raramente aparecia. Sempre evitou o filho. Ele também sempre teve medo de chegar perto dela. Apenas o apresentei de longe.

           ─ Titia linda, posso te pedir uma coisa?

           ─ Claro, meu príncipe lindo. O que você quiser.

           Me agachei na sua frente.

           ─ Me leva até o papai. Por favorzinho, tia.

           Fez manha.

           Fiquei sem saber o que dizer. Levantei e olhei Viktor, que encarava sério.

            ─ Filha, vá brincar com seus irmãos.

           Desceu Everly, que saiu correndo.

            ─ Filho, vem.

           Viktor estendeu a mão e Cassiel pegou. A minha também. Ele foi no meio, alegre.

            Nunca o levamos para ver Castiel. Essa seria a primeira vez. Não sei se pode ser assustador, ver o pai assim, mas Castiel se mantinha conservado. Parecia dormir realmente. Nem odor exalava. À decomposição para um vampiro dura séculos. Para que o corpo suma rapidamente, deve ser golpeado o coração e incinerado. Mas não optamos por cremar Castiel.

            Entramos e Viktor pegou Cassiel no colo. O garotinho parecia ter medo. Mesmo diante do ataúde, Cassiel olhava para trás, por cima do ombro.

            ─ Filho, pode olhar. O seu pai ─ Viktor falou.

           Dei um sorriso a Cassiel e peguei em seu queixo.

           Lentamente ele virou a cabeça. Vi sua reação.

           Foi algo rápido e surreal. Seus olhos ficaram vermelhos, as presas desceram e sua aura aumentou. Mais que a minha e de Viktor juntas. Uma ventania se formou. Uma energia emanava dele. Uma energia muito, muito forte. Cassiel respirava ofegante e lágrimas involuntariamente caíram. Ele fazia expressão confusa.

          De repente tudo cessou. Sua aura recuou, a ventania parou e ele desmaiou no ombro de Viktor.

           ─ Filho?

           Ele tenta chamar.

           ─ Cassiel?

           Chamo.

           Viramos de costas para o caixão de Castiel, que agora era um daqueles medievais. Apenas a parte superior ficava aberta. Viktor se agachou para avaliar Cassiel.

            Mas eu paralisei.

            Senti um arrepio na espinha.

            Fiquei inerte.

            Com medo.

            O que significava isso?

             Percebi que Viktor estava na mesma situação que eu. Deixou pousado no chão Cassiel e olhou fixamente para frente. Uma lágrima escorreu. Segurei sua mão, apertando fortemente.

            Virei minha cabeça lentamente.

             E não pude acreditar no que vi.

             ─ Viktor, isso é...?

             ─ Sim...

             O sussurro do meu marido foi quase inaudível.

              Ainda olhava apavorada.

             Olhava apavorada aquele homem que me olhava intensamente. Com seus olhos vermelhos e presas aparentes.

              E por fim...

              Ele deu um sorriso de lado, demonstrando que voltou!

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A jornada acaba aqui?

Ou está apenas começando?

Fim?