74 • Uma fantasia que jamais será realizada

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Isabelly Veiga

           Me concentrei de novo. Dessa vez usando seu poder em mim. Agora seria a minha utopia.

           Senti sua aura me envolver. Meu corpo leve.

           ─ Mantenha os olhos fechados.

           Ouvi Viktor dizer já no transe do seu poder. As sensações... eram tão reais. Sentia um vento gostoso na pele.

            "Happy birthday to you. Happy birthday to you. Happy birthday to mommy. Happy birthday to you..."

           Cantaram em coro.

           ─ Viva mamãe!

           ─ Viva!

           ─ Viva!

           Aplaudiram.

           Eu permanecia com os olhos fechados, mas sorria. Abri lentamente, me deparando com uma cena emocionante.

           Estávamos num belo jardim. Uma mesa com bolo, montada. Ao lado, estrategicamente um colchão, puffs e travesseiros. Olhei para trás e lá estava a casa dos meus sonhos. Com paredes de vidro e uma piscina em frente.

          ─ Mamãe ─ uma jovem de uns vinte anos veio me abraçar, dessa vez eu via seu rosto ─, parabéns. São 120 anos.

           Ela tinha os cabelos como os meus, cacheados. Porém negros. Olhos peteca. Como os de Viktor.

           ─ Parabéns, amor. Para você.

           Me deu um presente e me beijou.

           Abri e retirei um broche de cabelo.

           ─ É lindo. Obrigada.

           ─ Mãe ─ um adolescente veio me abraçar ─, parabéns. Sabe que te amo, não sabe?

           Fiquei sem reação. Mas sorri.

           Ele tinha cabelos negros e lisos, como os de Viktor. Mas olhos castanhos como os meus. Várias sardas no rosto. Era lindo.

            Depois veio quatro crianças de uns dez anos. Gêmeas e gêmeos. E me apaixonei por eles. Eram de uma beleza única. Principalmente as gêmeas. Tinham um olho azul e o outro preto. Cabelos lisos e negros. Os gêmeos tinham um olho azul e o outro com uma mancha preta na íris azul. Cabelos com os de Viktor.

            Olhei para ele sem acreditar.

            ─ Nossos filhos que prepararam essa surpresa. Sem me consultar. Apenas me pediram para comprar os presentes.

            ─ Eu comprei um vestido.

            ─ Não fala, clone. Deixa ela abrir e ver ─ a menina foi repreendida pelo adolescente.

            ─ Os clones são tão desbocados. Nem sabem guardar surpresa ─ a jovem disse.

            ─ Vamos aproveitar a companhia de sua mãe. Toda a atenção será para ela hoje.

            Eles foram para a mesa. Se servirem do bolo. Viktor ficou ao meu lado.

             ─ Como comem bolo se eles são vampiros?

            Ele não me respondeu. Percebi que não sabia o que dizer. Então entendi. Eu criei isso, porque no fundo eu ainda me sentia humana. E isso foi uma falha na minha utopia.

Indomáveis - Trilogia Paixões Indomáveis - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora