Indomáveis - Trilogia Paixões Indomáveis - Livro I

43 • A decisão do último Bartholy

𝕿𝖍𝖔𝖒𝖆𝖘 𝕭𝖆𝖗𝖙𝖍𝖔𝖑𝖞

          𝕰stou surpreso.

          Completamente surpreso.

          Como meu irmão foi capaz? O segundo mais velho de nós? Traiu nosso pai e o desafiou sem se importar com nada?

          Pergunto-me: Ashley é a mulher ideal de Hector? A sua melhor opção dentre todas? Ou apenas um capricho?

          Não.

          Se fosse capricho, aventura, ele não teria ido. Teria ficado e esclarecido tudo. Mas ele se foi e a levou. Então sim. Eles eram par perfeito. A melhor opção um do outro.

          Confesso que o achei corajoso, destemido. Enfrentou a todos por ela. Não se acovardou. Típico do meu irmão. Ele nunca foge.

          Agora uma dúvida recai sobre mim. Devo eu confessar que estive envolvido com Keila? Pois ela mora com os Veiga. A julgo ser a minha mulher ideal. E se ela é, quero ficar com ela. Mas como farei para confessar sem me comprometer?

          Sim.

          Eu tinha que ser destemido como Hector e conversar com meu pai em relação a isso. Tomar uma decisão definitiva.

          Mas antes liguei para ela.

          ─ Keila. Temos que falar.

          ─ Thommy, nossa! O que aconteceu há dois dias foi loucura! Os Veiga estão inconformados. Estamos ainda assimilando tudo.

          ─ Por aqui também está assim. Mas, como será? A gente. Temos que tomar uma decisão e não nos comprometer nessa guerra ridícula na qual não temos culpa. Não estou no erro. Você não é uma Veiga.

          Ela suspirou.

          ─ O que... O que quer dizer com isso?

          ─ Que devemos assumir a nossa relação. Não pude ignorar o que aconteceu entre a gente. Tudo o que sentimos. Keila, somos o par ideal. Quer ignorar isso?

          Silêncio...

          ─ Thommy, é que... Como farei? Eu seria... traidora também. Isabelly não me perdoaria e eu devo a vida a ela.

          ─ Então vai colocar a sua amizade acima do seu par ideal? Zhenya estava na mesma, mas escolheu meu sobrinho. Isabelly entendeu.

          ─ O caso da Zhenya foi exceção. Depois do golpe da Ashley, o meu logo em seguida seria covardia!

          ─ Então é isso? Se não está disposta a tentar, eu esqueço e não revelo ao meu pai. Não quero pagar por algo que sou inocente. Tampouco quero seguir escondido. Ou eu revelo essa relação e te assumo, ou eu te esqueço. Sabe que temos o poder da escolha. O livre arbítrio. E se quer baseá-lo por causa do achismo de outras pessoas, Keila, esqueça, porque não estou disposto a sofrer por isso.

          ─ Thommy, é que... Ai! Tudo bem. Eu... aceito. Se temos certeza de que somos nossos pares, para que ocultar ou esquecer? Não devemos nada aos Bartholys ou Veiga. Não estamos no erro.

          ─ Era isso o que eu queria ouvir. ─ Sorri. ─ Beijos. Mais tarde te falo como foi e veremos o que será de nós.

          Desliguei.

          Bom. Hora de enfrentar a fera.

          Bati na porta do escritório. Apesar da traição, meu pai se mantinha calmo. E isso me assustava mais. Me deixava nervoso.