78 • Lágrimas de sangue

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Viktor Bartholy

              Isabelly me ligou desesperada. Fiquei por cinco dias em um hotel. Algo vinha dela e me afetava. Eu sentia algo. Só não sabia o quê. Senti-me desesperado por vê-la assim. Não consegui ajudá-la. E por mais que meu instinto de proteção estivesse direcionado a ela, não sei por quê, não consegui fazer nada. Então deixei que se acalmasse.

             Estava no carro, dirigindo de volta para casa. Parei no semáforo. Eu estava com um nó na garganta, uma sensação ruim. Pensei em dar meia volta. Algo me dizia que eu não devia voltar. Mas eu tinha que ver Isabelly. Tinha que cuidar dela. Acelerei quando o sinal abriu. E há dez metros de casa aquela sensação voltou. A mesma do supermercado. Meu instinto captou perigo. E dessa vez foi mais forte. Meus olhos responderam, assim como as presas. Trinquei os dentes. Meu sangue gelou mais. Um arrepio percorreu minha espinha. Eu estava em movimento, a mais de 80km/h. Era impossível alguém me seguir assim. A estrada estava solitária. Não tinha ninguém. Então concluo que não seja alguém presente e sim a presença de alguém. A aura de alguém. É isso o que me deixa em alerta. O eflúvio psíquico presente era forte. Muito forte.

           Chego em casa e isso se assoma mais. Vinha daqui.

            Entro, mas estagno quando vejo ele.

            Estava ali, presente. E todas as minhas perguntas são respondidas. Era ele.

           ─ Vô?!

           ─ Olá, meu neto. Pronto para derramar lágrimas de sangue?

           Engoli em seco. Ele realmente estava aguardando o momento de atacar. Mas ele estava tranquilo. Sem hostilidade. E isso me preocupou mais.

           Olhei todos sentados no sofá. Acuados. Isabelly com um arco e flecha nas mãos. Mas logo o fez sumir e se teleportou para minha frente.

           ─ Não, Isa...

           ─ Saia da minha casa, senhor. Você não tem nada que fazer aqui!

           Ela gritou.

           ─ A casa não é sua. Está no nome da minha bisneta. Veronica.

           Caminhou até Karen. Ela protegeu Veronica, a abraçando.

           ─ Seja lá o que queira, resolva comigo, vô. Deixe-os aparte.

           Ele olhava minuciosamente todos sentados no sofá. Não deu ouvidos a mim.

           ─ Olhe este. Tem os olhos de minha mãe. Gostei desse poder. Vou adquirir para mim.

           Falou em relação a Cassiel, que estava com Victoria. Castiel levantou e ficou próximo a ele.

           ─ Não ouse tocar em meu filho, Fernando!

           ─ Você eu não vejo faz três anos. Não é mais da família. Como punição, eu vou tirar o poder do seu filho.

           Ele estendeu a mão em direção de Cassiel. Uma onda energética saiu dela e foi na direção dele. Castiel tentou empurrá-lo, tirar seu braço, mas ele não se movia. Fernando era muito forte.

           ─ Estranho ─ ele disse. ─ Não consegui transportar o poder dele para mim. Devo cloná-lo então?

           ─ Já chega! Fique longe do meu filho!

            Victoria levantou e se afastou.

           ─ Ah, entendi. Ele é um supremo. Um vampiro raro. Então só há seis de vocês no mundo? E se eu reduzir esse número a zero?

Indomáveis - Trilogia Paixões Indomáveis - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora