𝕴𝖘𝖆𝖇𝖊𝖑𝖑𝖞 𝖁𝖊𝖎𝖌𝖆
𝕰u me sentia tão só, tão abandonada.
Elas foram capazes. Me deixaram, para viver com os Bartholys. Os malditos Bartholys.
Eu chorava por mim, por elas. Chorava por...
Chorava por ele.
Viktor não saía da minha cabeça e relembrar seus olhos tão tristes quando eu o massacrava com aquelas palavras me doía de forma dilacerante. O meu par perfeito. Tive que deixá-lo ir. Abrir mão. Abandoná-lo. Meu Desalmado de Gelo. Mas era o certo. Meus irmãos. Eles precisavam de mim. Não imagino como ficariam sem pelo menos eu por perto. Meus pobres irmãos. Estão sofrendo tanto.
Saio da varanda do meu quarto e vou à sala. Luis estava sentado em frente a janela, numa poltrona, olhando a chuva cair lá fora. Sentei em seu colo, encolhida, sentindo seu corpo tão quente e deixei que afagasse meu cabelo.
─ Deixa eu me transformar em lobo e me deixa dormir em seus pés. Por favor. Quero desligar a minha mente.
─ Se fizer você se sentir melhor.
Ele levantou e eu permaneci na poltrona. Retirou o robe, mas continuou com a calça. Que logo foi rasgada. Ele escolheria se quisesse preservar as roupas ou rasgá-las na hora da transformação. Ele tinha total controle.
Luis se transformou no animal de pelagem marrom e olhos castanhos, numa altura de quase dois metros nas quatro patas. Ele veio para meus pés e deitou ali. Senti seu pelo macio e bem quentinho. Era reconfortante. Fiquei passando meus pés por ele. Grunhiu baixo num suplício. Pela sua aura eu sentia sua dor.
Ficamos aqui nessa solidão por quase toda a noite, até que peguei no sono e amanheci na minha cama.
Mais um dia.
E era assim. Dia após dia num martírio sem fim. Parece que estávamos de luto. Era quase isso.
Levantei e fui à cozinha onde eles estavam discutindo.
─ E então? ─ perguntei.
─ Estávamos conversando. E chegamos em uma decisão. Não há nada mais para fazer em Portugal. Acredito que foi um erro termos vindo para cá. Vamos voltar para a finca. O nosso lar ─ Luis disse.
Sentei na cadeira ao lado de Dave.
─ Vocês vão. Eu tenho trabalho à fazer. Não aqui. Vou aceitar a proposta do rei e vou morar no castelo dele para desenvolver o antídoto. É o meu dever.
─ Tem certeza disso, Isa? ─ Daniel perguntou.
─ Absoluta.
─ Ótimo. Então, deixaremos Portugal daqui a uma semana. E vamos voltar a nossas vidas ─ Dave disse.
Suspiramos e lamentamos. Tudo foi uma fatalidade. Não havia mais nada a se fazer.
𝖁𝖎𝖐𝖙𝖔𝖗 𝕭𝖆𝖗𝖙𝖍𝖔𝖑𝖞
Fecho os olhos e imagino. Deitado na banheira e sentindo a água quente.
Ela era uma beldade. A mais linda de todas. Com seus longos cabelos cacheados e o escultural corpo. Uma sereia. Sereia de cristal. Seus olhos inocentes e sensuais ao mesmo tempo eram cruéis. Seu sorriso radiante. E seu toque delirante.
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Indomáveis - Trilogia Paixões Indomáveis - Livro I
Hayran KurguEla só queria viver com aquela dor que a perseguia. Viver em paz com seus irmãos, sua única família. Ele queria continuar sendo cruel, carrasco e malvado. Sem se importar com o que pensariam os demais. Viveria do jeito que o ensinaram. Como nasceu p...