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HAILEY WILLIANS


— Luísa, vamos surpreendê-lo.

Falei baixinho próximo ao ouvido da minha parceira, estávamos de frente a porta da sala de interrogatórios.

— Com uma surra. — Um sorriso de canto surgiu nos lábios da morena. — Ou várias...

— Não. Nem tudo é físico. Esqueceu das aulas teóricas na universidade?

Ela piscou os olhos não conseguindo manter o contato visual.
— Não me responda.

— O que vou fazer então?

— Sabe que funcionamos bem juntas.

— Já que o Sr. Johnny sabia o que fazer, por que pediu para nós?

— Porque ele é o chefe, e ele quer ver seus subordinados trabalharem.

— Mas eu também gostaria de vê-lo trabalhar. Para ver se ele só tem gostosura mesmo ou...

— Tá bom, Lu. — A interrompi. — Lembra da foto da unha?

— Da unha da vítima, o que tem?

— Ela foi postada nas redes sociais apenas uma hora após a saída de Mia.

— Porque o lugar estava movimentado. — Os olhos dela estavam ansiosos pela minha conclusão. — Chega logo ao ponto.

— Teoricamente ele não saberia a cor.

— E então?

— Você não entendeu?

— Claro que entendi. Mas como vai tirar essa informação dele?

— Como eu disse no começo, o surpreendendo.

Entramos na sala onde a única iluminação era a que se encontrava em cima da mesa do nosso suspeito. Sinalizei para que Luísa ficasse atrás dele, porém no fim da sala. Sentei observando o homem impaciente à minha frente, mantive minha observação sobre ele, que por sua vez, levantou e deu passos rápidos até a porta, forçando a maçaneta que impedia seu desejo de se livrar de mim.

— Senhor, não vejo necessidade disso. Basta apenas cumprir com sua parte para investigação.

— E eu não vejo necessidade da senhorita estar aqui novamente. — Mesmo contragosto, ele sentou, evitando qualquer contato visual comigo. — Aquele homem já veio aqui e eu respondi suas perguntas. Então o que você faz aqui?

— Meu trabalho. É o que eu faço.

Ele levantou a cabeça, formando em seus lábios um sorriso rápido.

— Não entendo. — Olhou em minha direção. — Olha só pra você, sujando as mãos com algo tão sério.

Decidi não prosseguir com interrogatório. Aquilo estava indo ao meu favor para chegar onde eu queria.

— Eu gosto de sujar minhas mãos.

— Por isso deve saber que comigo não está sujando. Está perdendo tempo enquanto poderia achar o culpado.

— O senhor não entende o papel crucial que possui no desaparecimento da sua filha?

— Enteada, você me corrigiu.

— A considera como filha, ou estou errada?

— Sabe o que eu acho? — Ele repousou os braços na mesa, entrelaçando os dedos. Os olhos castanhos escuros me encaravam buscando algo dentro de mim para me julgar ou me causar algum medo. — Que você não é quem diz que é, senhorita.

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