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LUÍSA NAKAMURA

Estou mais uma vez encarando o celular, pensando em como será minha alimentação daqui pra frente. Quando se trata Coréia, as dificuldades quanto a minha saúde só aumentam e eu preciso estudar mais sobre a culinária daqui se não quiser ter problemas. Porém meus pensamentos param quando ouço os passos da Hailey.

— Vamos. — Parou à minha frente olhando algo em seu celular, usando uma calça jeans azul clara, camiseta branca e um blazer na cor damasco.
— Preocupada?

— Eu? — Bloqueei o celular, me pondo de pé a caminho da porta. — Não, vamos.

— O que comeu? — Ela procurou meu olhar, para certificar que eu estava falando a verdade.

— Ainda as vitaminas.

— Mas elas estão acabando, vamos fazer umas compras no fim de semana.

O caminho para a delegacia foi calmo, simplesmente essa cidade é linda. Ainda não tínhamos visitado Busan e cada vez me convenço de que tudo é lindo nesse país. A manhã agradável passou diante dos meus olhos, grande movimento das pessoas em direção aos seus trabalhos, crianças e adolescentes uniformizados perfeitamente e o clima frio deixando tudo ainda mais perfeito.

Ao entrarmos em nossa sala, encontramos os dois do dia anterior sentados na mesa redonda de vidro conversando entre si e senhor Johnny em pé próximo a janela com o celular na mão.

— Bom dia, senhores. — Disse Hailey e e nos curvamos. Nos juntamos a eles na mesa a espera do nosso primeiro trabalho, porém nosso chefe permanecia de costas.

Com alguns minutos, um homem chegou com uma mochila nas costas, parecia apressado, camisa e casaco amassados, seu olhar confuso e inseguro foi em direção ao senhor Johnny, que o encarava seriamente.

— Me perdoe, senhor. — Curvou-se mais além da conta.

— Espero que seja a última vez, por favor.

Por mais que ele tenha usado "Por favor", pelo seu tom deu para perceber que se trata de uma ordem.

Com todos reunidos na mesa, Johnny pegou seu tablet que até então, sua tela foi mostrada na lousa de vidro, mostrando um acidente em Gamcheon-dong, na região centro-oeste.

— Bom dia. Como podem ver, houve um acidente em Gamcheonm. Um homem de quarenta e dois anos, Dong gun, morreu na pista.

Todos nós permanecemos sentados, esperando sua explicação. Johnny falava seriamente, postura perfeita e completamente concentrado.

— Porém, recebi uma denúncia anônima de que não tenha sido um acidente, mas sim, algo planejado para fazer com que a família pensasse isso. — Apoiou suas mãos na mesa, involuntariamente sorrindo. — E é aí que nós entramos. Precisamos provar se essa denúncia é verdadeira ou falsa.

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