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HAILEY WILLIANS


Não fui capaz de controlar o tremor de meus dedos, tais reações nunca haviam surgido desde aqueles dias tenebrosos.
Respirei fundo, fazendo contagens afim de trazer calma diante de um momento tão complicado. Jamais poderia dar trabalho a alguém, Wesley teve sua vida tirada de uma forma misteriosa, gerando um impacto tão grande em Luísa que ela desmaiou. Estava no outro carro e quando chegamos no local do acidente, encontrei o irmão da minha amiga inconsciente e ela sendo carregada nos braços de Taeyong. Eu não poderia me render a tudo isso, ocasionaria mais trabalho para nossa equipe. Precisava ser forte pela minha amiga.



Fazia quanto tempo de espera naquele cubículo? Não sabia, só ansiava pelo fim daquela sensação horrível. Aquelas vozes só tornavam tudo pior.

— Saia daí, Emily! Por quanto tempo vai se fazer de coitada?

Balançava a cabeça inocentemente como se aquilo fosse diminuir o volume daquelas vozes.

O nome dela não é Emily!

A voz familiar pronunciou de forma autoritária entregando o fato. Minha mãe me deu o nome e tudo que vinha dela me causava desgosto. Por conta disso, adotei outro para mim. Assim que pude consegui mudá-lo. Muitos viam minha atitude como ingratidão, mas só quem tem pais narcisistas sabe a renúncia de sentimentos vindo dos pais pelo bem-estar dos filhos. Até mesmo se minha mãe me registrasse como Hailey, eu iria trocá-lo por outro nome

— Claro que é! Está na chamada!

— Acho melhor vocês pararem de perturbar ela. Se não...

— Se não o quê? Vai nos bater? Sua bruta!

Não ouvi mais nada além de passos e a batida da porta do banheiro. No entanto, o som dos passos ainda permaneciam.

— Eu posso ser uma bruta, burra mas eu quero te ajudar. Mesmo sem saber o que fazer.

Consegui sorrir depois daquelas palavras, sentia que eram sinceras. A primeira pessoa a estender a mão para mim, mesmo sem saber como me levantar.

Saí daquele pequeno espaço depois de tanto tempo. Olhei minha amiga, os cabelos que antes chegavam a sua bunda, estavam abaixo dos ombros.

— Mudou o visual?

— Sim, minha mãe surtou mas meu herói acalmou ela. — A morena sorria enquanto seu indicador enrolava as pontas recém cortadas. — Meu irmão. Mas aqui não é sobre mim. É sobre você. Me diga quais são as coisas que te fazem bem e eu vou te ajudar.


— Hailey?

A voz doce de Jaehyun me trouxe de volta aos dias atuais. Fechei o punho para me certificar que ele não percebesse meu momento de fraqueza.

— Oi.

— Você não está bem.

— De fato não está sendo fácil.

O mais alto aproximou-se vagarosamente, e em instantes, seu braço repousou sobre minhas costas, trazendo meu corpo para si. Aquilo foi o suficiente para despejar tudo que estava guardado.

— Eu preciso ser forte para ajudá-la, só que eu não sei como fazer isso! — De repente minha voz saiu embargada por conta de meu choro invasivo. — Ela me ajudou quando eu precisei.

— Quem disse que você não é forte? — Perguntou, levando seus dedos até minhas bochechas, ele as segurava com carinho assim como direcionava seus olhos nos meus. Aquele olhar trouxe a calmaria que eu tanto precisava. — Jamais pense isso.

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