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HAILEY WILLIANS



Aos poucos atualizava Luísa. Um passo fácil porém difícil por conta de Wesley. A angústia de descobrir a morte do irmão iria fazê-la sofrer novamente, e eu não estava preparada para isso. No entanto, uma hora ela precisaria saber.

— Somos ricas ou algo assim? — Perguntava enquanto observava a roupa usada por ela. Uma blusa branca de gola alta de mangas compridas e uma saia justa preta. — Isso parece ser de marca.

— Todas são. Nossa condição financeira melhorou muito.

Ela sorriu. Mas seu sorriso se desfez.

— Desculpa, Hailey.

— Pelo quê?

— Eu como uma velha congelada sem saber o que aconteceu nos últimos anos e atrapalhando seu trabalho. Não gosto de dar trabalho as pessoas. Me sinto uma inútil.

Perdeu a memória mas continua sendo a Luísa.

— Não me incomoda, você já cuidou tanto de mim. E não é só meu trabalho, é nosso trabalho! Você está de licença.

— Eu tenho uma licença?

Um perfeito O se fez em sua boca, ela permaneceu quieta enquanto eu trocava o curativo em sua testa e arrumava a franja.

— Sim.

— Eu tenho um salário.

— Claro, e já prendemos muitos homens estrupadores, sequestradores e etc.

— É uma pena eu não conseguir lembrar.

— Vai. Eu sei que vai.

Peguei a bolsa terminando de arrumar tudo usado por ela nos últimos dias, pois ela finalmente recebeu alta do hospital. Ela caminhava pelo quarto que permaneceu internada, até parar diante das flores.

— Quero levar as flores.

Eram dois vasos, um foi o senhor Johnny em nome de toda a equipe, eram rosas brancas. E o segundo eram tulipas.

— Essas tulipas me fizeram esquecer esse cheiro de hospital.

— Gostou mesmo, não é?

— Sim. De quem foi?

— Do senhor Lee Taeyong. O de óculos naquele dia.

— Ah, sim.

Ela ainda manteve o sorriso.

— Me surpreendeu ele mandar. O senhor Johnny, nosso chefe, mandou um em nome de todos.

— Atencioso.

A figura dele apontando a arma na direção do assassino do irmão dela veio na minha cabeça. E nossa última conversa também.

No corredor do quarto de Luísa, ele a observava da pequena janela enquanto ela dormia. Até que parei ao seu lado.

— Como se saiu com o senhor Johnny?

— Razoavelmente bem. Ele entendeu o  ocorrido. O elemento matou o irmão dela, estava prestes a tirar a vida dela e logo após ele iria caçar cada um de nós. — Explicou sem tirar os olhos dela. — Não hesitei em matá-lo.

— Ela vai acordar em breve. Não vai falar com ela?

— Queria que ela soubesse que apesar de tudo, eu defendo minha equipe e não me arrependo do que fiz.

— Por que não diz isso a ela?

— Ela não vai compreender.

— Como quiser.

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