Um acidente de avião, deixa uma advogada criminalista presa em uma ilha isolada de todos, onde ela conhece uma policial descompensada, que fará de tudo para protegê-la e levá-la de volta para casa em segurança. O problema era que tem muita gente que...
Todos os dias e noites eram iguais para Lauren enquanto presa na ilha chamada Tristão da Cunha. Passava a noite e logo vinha o dia. Mas todavia, ela se encontrava perdida, em total agonia, sem saber o que fazer e sempre que se perguntava, ouvia demônios em sua cabeça, a dizendo para desistir. Mas por outro lado, outra voz, em um sussurro, pedia para esperar um pouco mais. Contudo, não sabia pelo o que esperar. E assim, mais dias e noites, lentamente, se arrastavam e em toda agonia, continuava, até que as circunstâncias a moldaram. Ela ficou fria, indiferente, com pensamentos corrosivos a destruindo, a consumindo por dentro, sem ter ideia de como fazer aquilo parar. Sentia um vazio imensurável dentro do peito, a realidade se dissipando como se estivesse navegando em um mar sem fim e toda vez que fechava os olhos, imaginava o final de sua vida.
Embora, tenha lutado fervorosamente todos os dias contra seus demônios pessoais, contra sua mente, contra uma sociedade de merda, nunca vencia. Já estava sem forças, no fundo do poço, cansada de lutar uma guerra perdida, do inferno que suportava sem nenhuma crença, cansada de acordar todas as madrugadas suada e gritando pelos pesadelos terríveis. Estava cansada, perdida, e tudo estava tão distante, parecendo algum tipo de jogo, que ninguém nunca ganhava, então ela, simplesmente, desistiu. Desistiu de tentar, de lutar. Desistiu da vida.
Ela estava sobre o banco, pronta para enfiar a cabeça naquele laço de corda e da um fim na sua miserável vida, enquanto seus demônios assistiam com flores nas mãos sua derrota. Mas a vida não quis daquela forma. A vida tinha outros planos, como havia avisado desde o início em sussurros e agora, cumpriu, lhe dando um novo motivo para viver, para lutar.
Não era tarde demais para salvá-la.
Ouviu o barulho e seus instintos imploraram para que fosse ver. Era Camila. Caída do céu a tira colo em seus braços como uma grande ironia do destino.
Sim! Camila também havia desistido da vida e aquela viagem, era uma passagem somente de ida. O destino, Suiça. Afinal, uma advogada tão boa com brechas, sabe como conseguir que fosse realizado uma eutanásia em uma pessoa saudável como ela. Mais outra vez, o destino não queria daquela forma.
O destino tem dessas, sempre aprontando uma de suas peças. Mas como ele faria para juntar uma mulher com um coração fechado, que andava por um caminho sem nenhuma razão e que já tinha desistido da vida e outra, com uma profunda tristeza, que não confiava em ninguém e que também já havia desistido?
Ahhh, o destino... Ele tinha seu jeitinho de sempre abrir uma porta para saída.
